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Há quase 30 anos o Teatro Municipal de Cubatão está em obras. Mas em 2015, a situação do mais antigo elefante branco da Cidade está degradante. Quem passa em frente ao local todos os dias sabe do que a Reportagem está relatando: portas quebradas, muros pichados e lixo espalhado por todo lado.
No entanto, para quem entra no local, a situação vista é muito mais triste. O prédio inacabado se transformou em hospedaria para moradores de rua e usuários de drogas. O cheiro é insuportável. Poças de água da chuva também se formaram no local, por conta de vazamentos no telhado. O que será, no futuro, segundo a Prefeitura, uma policlínica, hoje é um problema de saúde pública.
O abandono do prédio foi alvo de denúncia - já encaminhada à Promotoria de Justiça da Cidade - pelos vereadores Dinho Heliodoro (SDD) e Ivan Hildebrando (PDT). E esta foi só uma das vezes que o teatro em obras é parte principal de críticas na Câmara ou da população da Cidade.
"O cenário é de horror. Vasos sanitários, móveis quebrados, forros danificados, pichações, muitos criadouros da dengue, restos de comida e muitas fezes em todos os compartimentos”, informa Heliodoro.
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Após denúncia feita pelos vereadores de que o local não tem vigilância, a Prefeitura colocou um vigilante impedindo a Imprensa de fotografar o interior do teatro.
O Teatro de Passarelli
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O histórico do Teatro Municipal de Cubatão é de total abandono. Em 1987, o então prefeito José Osvaldo Passarelli, deu início às obras do local com a promessa de ser um dos teatros mais modernos do País. Em 1989, sai Passarelli e entra Nei Eduardo Serra, que paralisou as obras e iniciou a construção do Hospital Modelo, ao lado do teatro, com a alegação de que a população mais de hospital do que de teatro. Na eleição seguinte, em 1993, Passarelli volta ao governo, retoma as obras do teatro e paralisa as obras do hospital. Novamente temos eleições e Nei Serra sai vitorioso, em 1997 - uma de suas primeiras ações é montar o seu gabinete nas obras do Hospital Modelo e paralisar as obras do teatro.
O próximo prefeito a assumir, em 2001, foi Clermont Silveira Castor. Durante o primeiro mandato, o teatro permaneceu “em obras” e abandonado. Em 2005, Castor partiu para seu segundo mandato. Durante este período, o teatro passou a ser administrado pela Ong Tupec, com patrocínio da Petrobras, para terminar as obras do local, mas o então prefeito lavou as mãos quando a organização foi acusada de roubar o dinheiro inprecisava vestido pela empresa.
Em 2009, a atual prefeita assume. Inaugura o Novo Anilias com um novo teatro, mas que ainda não está em operação, o que leva a população à realidade de dois teatros sem funcionamento na Cidade. Reeleita e reassumindo a Prefeitura em 2013, Marcia Rosa então planeja transformar o antigo prédio em mais um equipamento de saúde.
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Promessa de campanha, Quarteirão da Saúde está em fase de revisão final
Seguindo as promessas de campanha da prefeita Marcia Rosa (PT) nas últimas eleições, o prédio abandonado do teatro se tornaria a policlínica da Cidade, que hoje funciona no antigo prédio da Companhia Municipal de Trânsito (CMT).
A remodelação do local formaria o Quarteirão da Saúde, projeto da prefeita petista que tem a intenção de integrar o equipamento aos demais situados nas vizinhanças, como o Pronto- Socorro Municipal e o Hospital Municipal, para que a população tenha em mesmo local o acesso aos principais serviços de Saúde do município. Segundo a Administração Municipal, o projeto está em revisão final e sendo preparado para entrar em fase de licitações.
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“O projeto de adequação do antigo teatro como policlínica passou por várias modificações, após a aprovação do projeto arquitetônico e pela vigilância sanitária, estão sendo agora feitos os projetos complementares, que compõem o chamado projeto básico, que permitirá a licitação: do projeto elétrico, de instalações hidráulicas, de climatização, de proteção e combate a incêndios, estrutural, sistema de proteção contra descargas atmosféricas, memorial descritivo, especificações técnicas e orçamento estimativo”, respondeu a Prefeitura em nota encaminhada ao Diário do Litoral.
Quanto às invasões no local, a Secretaria de Segurança Pública e Cidadania da Cidade diz que estão sendo solicitadas rondas mais constantes da Polícia Militar, bem como um isolamento maior do perímetro da edificação.
“Com a entrada em funcionamento do serviço de Vídeo Monitoramento em Cubatão, uma câmera instalada na confluência das avenidas Henry Borden e Nove de Abril permitirá controlar ainda mais os acessos à edificação”, informa a secretaria.
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