Hoje empresário, Jefferson Renato Correa já morou nas ruas para fugir do problemas familiares / Divulgação/PMPG
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O empresário Jefferson Renato Correa, de 46 anos, morador de Praia Grande, tem hoje uma vida confortável com a família. Mas no início dos anos 90 dormia no calçadão da praia, fugido de casa por causa de problemas com a família. A vida dele mudou quando, ainda na rua, aproveitou uma oportunidade para deixar essa condição. Conheça a história deste ex-morador de rua.
Nascido em Marília, interior de São Paulo, o empresário conta que chegou aos bairros Cota, em Cubatão quando tinha 1 ano. Até os 7, morou com mãe e irmãos em uma área de risco no alto da Serra do Mar. De lá foi para a Zona Noroeste em Santos.
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No início dos anos 90, aos 11 anos, começou a guardar carros nas ruas e limpar túmulos no cemitério para ganhar trocados. Aos 16 era basicamente sua renda que sustentava a casa. Nesta época resolveu fugir de casa por desentendimentos com o novo padrasto e acabou indo morar na orla da praia de Santos. “Uma das coisas mais tristes para mim foi passar o Natal e Ano Novo na rua, sem nenhum parente. Eles até me procuraram, mas eu me escondia para ninguém me achar”.
Oportunidade
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Uma distribuição de brindes de uma marca de bebidas plantou uma ideia na cabeça do rapaz. Pegou os para-sóis de veículo, distribuídos na ação de marketing, e passou a oferecer este “serviço” a quem guardasse o carro com ele. Aos poucos foi conquistando clientes e chamando a atenção de comerciantes da região.
Trabalhava em uma barraca de lanches no período noturno, onde dormia após o expediente. No dia seguinte já engatava na jornada de flanelinha logo pela manhã. Com o dinheiro que ganhava nos dois empregos finalmente conseguiu alugar um espaço e deslanchou na vida.
“Virei sócio da barraca, retomei os estudos e completei o ensino médio. Dividi a casa com a minha namorada e tivemos uma filha”. Mas o relacionamento malsucedido o fez perder tudo e aos 24 anos, recomeçou praticamente do zero, como vendedor em uma empresa de chocolates. Depois passou por uma empresa de sorvetes, outra de bebidas, vendeu carros e chegou ao ramo de serviços de telefonia. Em 2012, aos 38 anos tinha como meta de vida ter seu próprio negócio.
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“Entendi como este mercado funcionava e criei minha empresa de vendas de serviços de telefonia. Deixei de ser funcionário e me tornei prestador de serviço da empresa em que trabalhava”.
No ano passado, em meio à pandemia, deixou a telefonia para entrar no ramo de cartões alimentação. Virou sócio de uma empresa de vendas de aparelhos para centrais telefônicas. Em 2021, adquiriu três unidades de uma franquia de açaí e já faz planos para uma nova empreitada no ramo alimentício.
“Foi difícil morar na rua, mas eu me saí bem. Minha veia empreendedora me fez ir para frente. A oportunidade que Praia Grande oferece para quem está na rua é maravilhosa, mas é preciso ter vontade de sair dessa”.
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Repercussão
A publicação desta história começou com uma interação do empresário nas redes sociais da Prefeitura de Praia Grande. O relato surgiu em uma postagem sobre os serviços voltados aos moradores em situação de rua da Cidade, como abrigos noturnos e centros de atendimento para este público.
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