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Os mascates, também conhecidos como caixeiros-viajantes, vendiam seus produtos porta a porta. Utilizavam a simpatia e a criatividade para conquistar seus clientes que, muitas vezes, acabavam se tornando amigos. Milene de Carvalho Silveira e Bruno Santana não são mercadores ambulantes, mas utilizam a antiga tática desses profissionais para vender. A diferença é que os dois têm como principal aliada a internet.
Milene é artesã. A jovem de 28 anos deixou o trabalho fixo na área de Comércio Exterior para trabalhar em casa e fazer seus próprios horários. Decidiu, em abril do ano passado, abrir a Interior Bijuterias e comercializar pela internet as peças que produz artesanalmente. “Comecei a vender para as amigas e pessoas mais próximas. Ainda no início criei contas em várias redes sociais. As vendas para pessoas mais próximas me ajudaram na divulgação das páginas por conta do próprio boca a boca”. Apesar de manter uma loja virtual, atualmente, o principal canal de divulgação da marca é o Instagram.
As peças produzidas por Milene são exclusivas e têm muita relação com as clientes que conquista. “Acredito que para conseguir destaque em qualquer ramo você tem que oferecer um diferencial. Eu não vendo bijuterias. Vendo ideias, beleza”, destaca. A artesã recebe os pedidos pelas redes sociais. Dependendo da ocasião, além de confeccionar o produto específico, ela dá dicas de como combinar as peças com o look. “Eu vendo um pouco da minha identidade nas peças e com isso a fidelidade é consequência. Para ter uma ideia, grande parte das minhas clientes se tornou amigas”.
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A artesã, que trabalha sozinha, destaca que a parte financeira está entre as principais dificuldades para quem deseja abrir um negócio como o dela. “No começo é muito constante a vontade de desistir. Se você não tiver um bom capital de giro é bem isso o que pode acontecer mesmo. Por isso é importantíssimo o planejamento”. Ainda assim, Milene se orgulha do reconhecimento que obteve ao longo desses quase dois anos. “As realizações são muitas como alguém elogiar seu trabalho nas redes sociais, os depoimentos que recebo por email de clientes e as amizades que conquistei”.
Doces
Bruno Santana, 26 anos, é jornalista. Ganhar dinheiro por meio da cozinha nunca passou por sua cabeça. No entanto, após postar nas redes sociais as comidas que preparava e receber elogios dos amigos, a ideia começou a tomar força. Foi aí que nasceu o Reino Doce. “O interesse pela cozinha foi crescendo naturalmente em mim, mas nunca enxerguei isso como forma de sustento. A ‘pressão’ dos amigos foi tão grande, que em julho deste ano amadureci a ideia e resolvi criar uma marca para vender doces”.
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O jornalista atua sozinho. Cozinha, fotografa os quitutes para postar nas redes sociais e ainda faz as entregas. “Faço os doces um a um. Trato eles como se fossem filhos. Sou exigente com o meu paladar. Procuro sempre entregar para o cliente exatamente aquilo que eu também gostaria de comer”. A iguaria mais pedida de Bruno são os donuts.
As redes sociais são as principais ferramentas de divulgação e captação de clientes de Bruno. “A marca, assim como toda a divulgação, nasceu no Facebook. Nela divulgo imagens dos produtos, cardápios e recebo encomendas”, afirma. O sucesso foi tão grande, que Bruno já recebeu propostas para deixar seus produtos em lojas no município de Santos. Recentemente, parte da venda dos doces foi destinada para a produção de um curta metragem, que retrata a doença de Alzheimer.
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Assim como Milene, Bruno também destaca que entre as principais dificuldades está em como colocar a ideia em prática. “Passei mais de um mês testando receitas e sabores para começar sem nenhum ganho. É preciso se esforçar muito, mas todo o esforço é compensado quando você vê o seu cliente satisfeito e falando bem do seu produto”.
Outro conselho que o jornalista dá para quem deseja iniciar um negócio parecido é o de formalizar a ideia. “Essa é uma dúvida recorrente de quem começa nesse ramo. Vou trabalhar por conta própria e não terei meus direitos junto à Previdência Social? Hoje em dia com o MEI (Microempreendedor Individual) ficou muito mais fácil. Com uma pequena contribuição por mês, você tem os mesmos direitos que qualquer empregado. Mesmo porque você não deixa de ser um trabalhador como qualquer outro que contribui com INSS e outros impostos”.
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