Nair Bueno/DL
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A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) mudou para Santos Port Authority - SPA, mas não consegue mudar algumas situações. Denunciada em primeira mão, há um ano, após ouvir trabalhadores, que acionaram os ministérios públicos Estadual e Federal e o Tribunal de Contas da União (TCU), a companhia ainda seria complacente com o ponto de 29 guardas portuários.
Esta semana, a fonte que enviou o documento ao Diário do Litoral (DL), em junho do ano passado, revelou que os órgãos chegaram a solicitar documentos oficiais à Direção da Codesp.
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"Mas ouve alguma desinformação que barrou as investigações e a autoridade portuária insiste em manter guardas exercendo outras atividades no horário de trabalho, mas recebendo seus salários normalmente", afirma um funcionário.
A questão envolve o procedimento denominado "serviço externo". Segundo denúncia, os guardas, por autorização das então gerências de Operações e de Inteligência, deixariam de registrar o ponto eletrônico biométrico.
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O ponto prevê seis horas diárias por turno de revezamento durante cinco dias por semana e garante adicionais, horas extras e o descanso semanal, para ficarem livres em outras funções desligadas da Guarda Portuária como, por exemplo, trabalhar na Polícia Civil.
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"A fraude continua. Os guardas estão exercendo jornadas que não existem no contrato de trabalho, todas durante o dia e inferior a 24 dias trabalhados/mês, com finais de semana e feriados livres, não tendo direito a adicionais, mas continuam recebendo como se turno fizessem", reafirmou um dos denunciantes.
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Aos MPs e TCU, foi pedido a exigência dos registros biométricos, escalas de trabalho e comprovantes de pagamento para provar a "fraude". Os denunciantes lembram que os guardas beneficiados recebem dois salários, trabalhando em um emprego. "Tem que optar", afirmam.
Para um dos denunciantes, o "serviço externo" nada mais é do que pagamento de vantagens indevidas, para manutenção de um círculo vicioso de poder e permanência no cargo, demonstrando total incapacidade e desídia com a coisa pública.
"Gostaria que todos os valores (salários pagos indevidamente) fossem devolvidos e os integrantes sejam responsabilizados pelo total desrespeito com os demais trabalhadores da Codesp", reafirma.
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CODESP
Ano passado, a SPA informou que estava empenhada em resolver a questão antes mesmo de ser questionada pelos órgãos de controle. Procurada novamente, a SPA informa que o caso já está sendo apurado pelo Processo Administrativo Disciplinar 21/2019, atualmente em curso.
"O conteúdo do referido processo é de acesso restrito até seu julgamento, nos termos do § 3°, do art. 7°, da Lei de Acesso à Informação, corroborado pela Instrução Normativa n° 14/2018, da Controladoria-Geral da União, em seu art. 64", informa a SPA em nota.
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Ainda segundo informa, eventuais novas denúncias serão também analisadas pela Companhia e eventualmente respondidas às instituições públicas acionadas, em prol dos princípios que regem à Administração Pública, bem como em obediências às regras legais pertinentes.
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