Cotidiano

Soldados israelenses disfarçados invadem hospital e matam palestino

A operação, ocorrida na madrugada desta quinta-feira (12) na cidade de Hebron, foi capturada em imagens das câmeras do hospital

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 12/11/2015 às 14:05

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Soldados israelenses disfarçados de árabes invadiram um hospital na Cisjordânia e mataram um palestino que supostamente tentou impedir a prisão de um suspeito em tratamento.

A operação, ocorrida na madrugada desta quinta-feira (12) na cidade de Hebron, foi capturada em imagens das câmeras do hospital que circularam pelas redes sociais, enfurecendo os palestinos.

Nos vídeos, é possível ver entrar no hospital um grande grupo de homens vestindo lenços tradicionais palestinos e barbas falsas, além de outros fantasiados de mulheres, inclusive de uma grávida. Momentos depois, eles arrastam pelos corredores um homem, que aparenta ser o suspeito, em uma cadeira de rodas.

Segundo as autoridades de saúde palestinas, o homem detido é Azzam Shalaldeh e ele recebia tratamento para ferimentos de bala quando foi algemado e levado pelos soldados. Seu irmão, Bilal, estava no quarto e foi algemado junto ao leito. Outro parente seu, Abdallah, teria sido baleado e morto pelos soldados ao sair do banheiro do quarto de cirurgia.

"Isto é um crime declarado", disse Jihad Shawar, diretor do hospital em que ocorreu a operação. "Ninguém deve violar hospitais, mas Israel o fez."

De acordo com o Exército israelense, o homem detido tem cerca de 20 anos e foi baleado ao tentar esfaquear um colono judeu, há algumas semanas. Ele viria de uma família de "membros conhecidos do Hamas", grupo islamita que controla a faixa de Gaza. Os militares confirmaram ter atirado contra um outro homem que teria reagido à operação, mas não deram detalhes sobre seu estado de saúde.

O ministro da saúde palestino, Jawad Awad, acusou os soldados de "executar" Abdallah. "A comunidade internacional deve intervir para proteger nosso povo da máquina de matar israelense", afirmou.

O Shin Bet, serviço de segurança israelense, disse em um comunicado após a operação no hospital que "não permitirá que elementos terroristas se escondam em nenhum lugar de refúgio".

Israel realiza frequentes operações com soldados que disfarçados na Cisjordânia ocupada. Em outubro, foi feita uma invasão contra outro hospital para deter um suspeito.

Hebron é uma das cidades mais antigas do mundo e reúne alguns dos locais mais sagrados para os seguidores do judaísmo. Desde os anos 2000, a cidade se encontra dividida entre palestinos e colonos israelenses e, por isso, é um foco constante de tensão.

A cidade tem sido um dos principais focos da recente onda de violência em Israel e nos territórios palestinos ocupados. Desde o começo de outubro, morreram na região ao menos 12 israelenses e 76 palestinos, incluindo 44 identificados como agressores.

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