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Dois palestinos foram mortos nesta quinta-feira (29) por soldados israelenses na cidade de Hebron, na Cisjordânia, ao tentarem esfaquear membros das forças de segurança durante protestos. As duas mortes devem elevar a tensão na cidade, que se tornou na última semana o maior palco de confrontos entre palestinos e israelenses. A mudança aconteceu depois que a segurança foi reforçada em Israel e Jerusalém.
O primeiro caso ocorreu na estrada que liga o assentamento judeu de Kiriat Arba à Caverna dos Patriarcas, onde se acredita que estejam enterrados Adão e Eva, Abraão e Sara, Isaac e Rebeca e Jacó e Leia.
Segundo a polícia, o palestino de 23 anos sacou a faca ao se aproximar das forças de segurança e cortou a cabeça de um guarda de forma superficial. Quando tentava atacar outro agente, ele foi baleado e morto por um soldado.
A morte levou a novos protestos de moradores da região nas ruas da cidade. Durante o confronto entre os soldados e os palestinos, outro homem tentou atingir um militar com uma faca e foi morto a tiros antes de atingi-lo.
Os enfrentamentos continuaram depois da segunda morte. Manifestantes palestinos queimaram pneus e atiraram paus e pedras contra as forças israelenses. Não há informações de mortos e feridos nestes últimos protestos.
Nos últimos dias, Israel começou a cercar os bairros da cidade, principalmente os mais próximos aos assentamentos de judeus. A medida é similar à tomada semanas antes em Jerusalém Oriental para evitar novos ataques.
Os cercos aumentaram a revolta dos palestinos, alimentando a pior onda de violência na região desde a guerra na faixa de Gaza, em 2014. Desde outubro, 11 israelenses e 61 palestinos foram mortos devido ao conflito.
Estopim
A nova série violenta teve como detonador o aumento de visitantes judeus e das restrições aos islâmicos na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental. O segundo local mais sagrado do islã também é reverenciado por judeus.
Os palestinos acusam Israel de violar a proibição da oração judaica, que era descumprida principalmente por grupos radicais judeus e ultraortodoxos. Israel se comprometeu a respeitar o acordo de longa duração na localidade, que fica dentro da murada Cidade Velha de Jerusalém.
Em setembro, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, disse que os palestinos se retiraram do acordo de Oslo, assinado em 1993, que definia a solução de dois Estados para dar fim ao conflito.
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