Cotidiano

Sobrevivente do holocausto conta sua história em Santos

A holandesa Nanette Konig ficou confinada no campo de concentração de Bergen-Belsen, na Alemanha, de 1943 a 1945

Publicado em 24/06/2015 às 10:40

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A história, mesmo em seus capítulos mais doloridos, não deve ser esquecida. Até mesmo o holocausto, o assassinato em massa de 6 milhões de judeus promovido pelo regime nazista de Adolf Hitler. Quem defende essa tese é a holandesa Nanette Konig, que passou cerca de dois anos em um campo de concentração.

A convite do Colégio Objetivo, Nanette Konig, de 85 anos, esteve na tarde de ontem no Roxy 5, em Santos, contando suas experiências no campo de concentração de Bergen-Belsen (na Alemanha), onde ficou confinada entre setembro de 1943 a junho de 1945.

“Pode-se aprender do que se fez durante o holocausto”, afirmou ela, explicando: “Hitler manipulou a população da Alemanha. Aqui também estamos sendo manipulados. A Alemanha tinha cultura grossa como a nata do leite. E ele conseguiu doutrinar homens e mulheres para fazer o que fizeram”.

A rotina em um campo de concentração, lembrou ela, se resumia “à luta pela vida”. “Em um campo de concentração, você não tem mais nada. Não tem cama, não tem café da manhã, não tem banheiro. Não tem nada. É uma vida muito sacrificada e muito difícil”.

A holandesa Nanette Konig acredita que o País não está sendo bem administrado hoje (Foto: Luiz Torres/DL)

A distância de 70 anos de um campo de concentração não foi suficiente para apagar feridas. Nanette Konig diz que todos que passaram por um local de confinamento como esse carregam um trauma. “O cérebro humano não tem um botão para deletar isso. Esses traumas aparecem mesmo. Você não consegue apagar de repente. Tem que saber conviver com isso”.

Depois de sair do campo de concentração, Nanette não conseguiu retornar para sua casa na Holanda, em razão de ter contraído tifo. O retorno ao lar só se deu em 24 de julho de 1945.

Análise do Brasil

O período conturbado que vivia a Europa a trouxe ao Brasil. Ela desejava muito deixar o Velho Continente. “Foi bom sair da Holanda na época”. Radicada no Brasil, ela não poupa críticas à atual fase do País. “A vida no Brasil hoje está difícil, muito difícil. Infelizmente, não está sendo bem administrado e não por falta de pessoas que são capazes”.

E quanto ao seu continente de origem, Nanette entende que não há paralelo hoje entre a discriminação de parte da Europa com os imigrantes que estão chegando clandestinamente pelo Mar Mediterrâneo e o período de horror da primeira parte do século passado. Ela entende, porém, que estes imigrantes vão enfrentar um futuro difícil.

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