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O Sistema Cantareira pode voltar ao volume útil em dezembro, caso a chuva nos próximos meses fique dentro da média histórica. Relatório do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) mostra que nesse cenário o manancial ultrapassaria a reserva técnica (volume morto) em 75 dias, contados a partir do último dia 9.
Em uma situação mais otimista, com chuvas 25% maiores do que a média história, os reservatórios sairiam do negativo na primeira quinzena de dezembro (63 dias). Na melhor das hipóteses, com as precipitações 50% maiores do que as registradas no período, a recuperação das cotas do volume morto levaria 53 dias.
Em uma previsão mais pessimista, com chuvas 25% abaixo da média, seriam necessários quase quatro meses (108 dias) para que o sistema ultrapassasse a marca do volume morto. E mesmo com chuvas 50% menores das registradas em anos anteriores, os reservatórios não voltariam a usar a segunda cota do volume morto antes de 31 de março, prazo final das previsões do relatório.
Entre outubro de 2014 e março de 2015, as chuvas na região do Sistema Cantareira (879 milímetros) foram equivalentes a 73,5% da média histórica. Os 405 milímetros registrados entre abril e setembro representaram 101,9% da média de precipitação para o período.
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O bombeamento das reservas técnicas do Sistema Cantareira começou em maio de 2014. À época, ele era o principal manancial responsável por abastecer a região metropolitana de São Paulo. O chamado volume morto, água que fica abaixo das comportas dos reservatórios, adicionou um total de 287,5 bilhões de litros ao volume disponível para o abastecimento, o que significa 22,6% do total que pode ser utilizado ou 29,2% do volume útil.
Hoje (14), o Cantareira tem armazenado 160,2 bilhões de litros, 16,3% do volume útil e 12,6% da quantidade total. Para voltar a operar no nível positivo, os reservatórios ainda precisam de 127,3 bilhões de litros.
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Antes do início da crise, o Cantareira garantia água para quase 9 milhões de pessoas em toda a Grande São Paulo. A estiagem e a perda acelerada de água nos reservatórios fizeram com que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) redirecionasse o abastecimento para outros mananciais. Hoje, o sistema abastece cerca de 5,4 milhões de pessoas, sendo ultrapassada pelo Sistema Guarapiranga, que atualmente fornece água para 5,8 milhões de consumidores.
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