Cotidiano
Um questionamento dele sobre as incorporações do funcionalismo público chegou à Procuradoria Geral do Ministério Público do Estado de São Paulo e provocou revolta na entidade sindical
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O vereador Benedito Furtado (PSB) está na mira do Sindicato dos Servidores Municipais de Santos (Sindserv). Um questionamento dele sobre as incorporações do funcionalismo público chegou à Procuradoria Geral do Ministério Público do Estado de São Paulo e provocou revolta na entidade sindical.
Na sessão de ontem da Câmara, o Sindserv expôs uma provocativa faixa contra o parlamentar. Ela trazia a seguinte mensagem: “Vereador Furtado e Cia - Ajuda (sic) os cachorrinhos e vai à Justiça contra os servidores” em uma alusão a uma das bandeiras de Furtado (os direitos à proteção à vida animal) e, ao mesmo tempo, criticando o questionamento feito por ele, em 2006, aos vencimentos altos de parte dos servidores.
O Sindserv não se limitou a expor a faixa. O presidente da entidade, Flávio Saraiva, e um grupo de sindicalistas foram até o Legislativo cobrar explicações do vereador.
Furtado não estava em plenário no início da sessão (18 horas), só chegando por volta das 18h30. “Furtado, cadê você?”, gritava o reduzido número de manifestantes. Quando chegou, o parlamentar não ocupou seu assento, optando por ficar ao fundo do plenário, junto à parte reservada à Imprensa. “Estou aqui”, passou a responder.
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O questionamento de Furtado diz respeito a um projeto de emenda à Lei Orgânica apresentada pelo vereador Mantovani Calejon, em 1995, aumentando de 10% para 20% o percentual de incorporação para os servidores municipais. O próprio Furtado votou favoravelmente à ideia, mas, anos depois, ocupando cargo na Mesa Diretora da Câmara, entendeu que a medida era prejudicial à categoria por atender a um “seleto grupo”.
Segundo Flávio Saraiva, boa parte das incorporações salariais representam um acréscimo entre R$ 400,00 e R$ 500,00 para os servidores. “São esses os marajás do funcionalismo?”, indaga o sindicalista.
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Quanto ao posicionamento do vereador do PSB de que os altos salários interferem para que a categoria não tenha um piso salarial maior, Saraiva classificou esse argumento como “conversa fiada”. “Ele falta com a verdade quando diz isso”.
Para o sindicalista, Furtado, ao invés de questionar os vencimentos dos servidores, deveria tomar iniciativas como trabalhar para reduzir o salário dos vereadores e propor a transformação de cargos de livre provimento em cargos de carreira.
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