Cotidiano

Simulado para caso suspeito de Ebola é realizado em Porto de Santos

O exercício teve como objetivo a preparação da rede de vigilância em saúde para um eventual caso de suspeito da doença no país

Publicado em 10/12/2014 às 16:05

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Pela primeira vez, o Brasil realizou um simulado para caso suspeito de Ebola em um porto, com uma embarcação não atracada. O exercício foi realizado nesta quarta-feira (10) no Porto de Santos, litoral de São Paulo. O objetivo foi colocar em prática o protocolo elaborado para essa situação, servindo como treinamento das instituições envolvidas, em condições que simulam um caso real. O simulado foi promovido pelo Ministério da Saúde, a Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP) e a Companhia Docas do Estado de São Paulo (CODESP), além da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em parceria com outras 12 instituições. Ao todo, mais de 150 pessoas participaram da simulação.

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A ação contemplou os passos que devem ser adotados sobre um caso suspeito de Ebola, desde o aviso do comandante da embarcação à Agência de Navegação até a retirada do paciente do navio pelo Grupo de Resgate e Atenção às Urgências e Emergências (GRAU) e do monitoramento dos viajantes contactantes.

Esse é o quarto simulado realizado no país com participação do Ministério da Saúde. Dois deles aconteceram nos aeroportos do Rio de Janeiro e de São Paulo, quando foi treinado o protocolo de atendimento de caso suspeito, com base em exemplo fictício de resgate de um suspeito com Ebola procedente dos países onde há epidemia do vírus (Libéria, Serra Leoa e Guiné). Na semana passada, foi realizado simulado de Ebola em Brasileia, no Acre. Na ocasião, foram treinados os procedimentos que devem ser adotados em uma unidade de saúde para um caso suspeito da doença vindo por vias terrestres. “Estamos aprimorando as medidas que devem ser tomadas para atendimento em um caso suspeito de Ebola ou outros tipos de doenças. É um processo de constante aprimoramento. Estamos preparando o porto para qualquer adversidade em saúde pública”, explicou Daniela Buosi, Coordenadora Geral de Vigilância em Saúde Ambiental do Ministério da Saúde.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o risco de transmissão da doença por viajante internacional é considerado muito baixo. Até o momento, houve apenas um caso suspeito pelo vírus ebola no Brasil.

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Pela primeira vez, o Brasil realizou um simulado para caso suspeito de Ebola em um porto, com uma embarcação não atracada (Foto: Luiz Torres/DL)

Simulação 

O exercício teve início com o aviso do comandante da embarcação sobre um caso suspeito de Ebola à Agência de Navegação, situada no Porto de Santos. Servente de cozinha, 26 anos, o paciente começou a trabalhar no navio no dia 2 de dezembro quando a embarcação aportou em Serra Leoa para o embarque de oito tripulantes. No dia 9 de dezembro, sete dias depois de sair de Serra Leoa, ele apresentou os primeiros sintomas como febre e náusea.

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Avisada pelo comandante, a Agência de Navegação repassou imediatamente as informações do caso para a Anvisa local e para a Companhia Docas do Estado de São Paulo (CODESP/Superintendência de Saúde Segurança e Meio Ambiente (SPM), ativando o Plano de Contingência. A Anvisa fez a comunicação ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de São Paulo (CIEVS), que avaliou o cenário - com base nas informações dadas pelo comandante da embarcação - para a confirmação se o caso se enquadra como suspeito.

Com a confirmação do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de São Paulo, a Anvisa informou a CODESP/SPM e autorizou o atraque da embarcação no Porto. Enquanto isso, a Codesp/SPM informou outros órgãos envolvidos no resgate do paciente: CODESP/GCT – Atracação; Polícia Federal; Praticagem; Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); Capitania dos Portos; Receita Federal; Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp); Órgão de Gestão de Mão de Obra do Porto de Santos (OGMO-Santos) e Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP/PR).

O Grupo de Resgate e Atenção às Urgências e Emergências (GRAU) e o Instituto de Infectologia Emilio Ribas (IIER) foram chamados pelo CIEVS para fazer a remoção e atendimento do paciente, assim como o Ministério da Saúde e as secretarias estaduais e municipais também foram notificados sobre o caso. O Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeiros fez a assistência via mar no resgate do caso suspeito.

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Após o resgate do paciente que, em uma situação real seguiria para o Hospital Emílio Ribas – em São Paulo, referência para o atendimento de Ebola - a Anvisa orientou a desinfecção do navio que seria feita por uma empresa privada. Por último, a Agência aplicou um questionário para monitoramento dos contactantes. “Essas cinco etapas são importantes para monitorar todo o processo que deve ser seguido em um possível caso suspeito de Ebola ou outra doença, que vai desde o acionamento feito pelo capitão até o monitoramento dos viajantes contactantes”, finalizou Daniela Buosi.

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