Cotidiano

Servidores e trabalhadores da Codesavi protestam na Prefeitura

Últimos pagamentos do escalonamento foram feitos; Hospital pode ser reaberto para atendimento

Publicado em 10/11/2015 às 11:47

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Após oito dias de paralisação, os servidores públicos municipais de São Vicente decidiram encerrar a greve na tarde de ontem (10). No entanto, os trabalhadores da Companhia de Desenvolvimento de São Vicente (Codesavi), empresa de economia mista cuja acionista majoritária é a Prefeitura, seguem de braços cruzados por tempo indeterminado. A proposta da companhia não foi aceita pela categoria, que se reúne novamente na manhã desta quarta-feira (11).

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“Nunca vi uma situação como essa. Estamos com muitas dificuldades, com luz e água (pagamento de contas) atrasados. A cesta básica ainda recebemos, mas estamos sem o tíquete alimentação e o plano de saúde. Espero que a situação se resolva logo”, disse Antonio Barreto Alves. O coletor de lixo, de 61 anos, que trabalha há 23 anos na Codesavi. Ele atua na limpeza das ruas da Cidade.

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Os trabalhadores da Codesavi estão com os salários deste mês atrasados. A previsão da companhia é de que o pagamento, que deveria ser efetivado na última segunda-feira (8) seja realizado nesta sexta-feira (12). Não há previsão para o restabelecimento do plano de saúde e nem dos créditos do tíquete alimentação. A dívida da empresa com a Santa Casa, operadora do convênio, é de R$ 450 mil. Os empréstimos consignados dos funcionários estão sendo descontados, porém não repassados às instituições financeiras.

A greve da Codesavi afeta serviços de limpeza urbana, como varrição de ruas e praças públicas, coleta de entulho e reforma de prédios municipais.

Manifestação mobiliza categorias na porta da Prefeitura

Na manhã de ontem, os trabalhadores da Codesavi saíram em passeata da base operacional da companhia, na Vila Margarida, rumo ao Paço Municipal, onde se encontraram com servidores públicos municipais em greve. A manifestação reuniu cerca de 350 pessoas.

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Em carros de som disponibilizados pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São Vicente (SindservSV) e pelo Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil (Sintracomos), os manifestantes falaram da situação da Cidade e exigiram os pagamentos dos benefícios e a saída do prefeito Luís Cláudio Bili (PP).

Pagamento

No início da tarde, a Prefeitura realizou os pagamentos dos últimos salários do escalonamento dos servidores públicos municipais. O repasse do vale-transporte segue sem previsão. “Não sei se amanhã venho trabalhar. Se não sair o vale-transporte, não tem condições de tirar do meu bolso”, dizia uma servidora municipal.

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Após a manifestação, a categoria se reuniu por volta das 14 horas, em frente ao Paço Municipal, onde decidiu colocar fim à greve de oito dias. O SindservSV deve realizar uma nova assembleia na última semana do mês para avaliar a mobilização dos servidores diante da possibilidade de escalonamento dos salários em dezembro. Na última terça-feira (9), o prefeito Luis Cláudio Bili disse que “concentrará esforços para o pagamento do 13º”.

Manifestantes pediram a saída do prefeito Bili do cargo (Foto: Luiz Torres/DL)

Na assembleia de ontem também ficou decidido que será constituída uma comissão integrada por representantes do Gabinete, da Secretaria da Fazenda, da Secretaria da Administração e do sindicato para estudar a reforma administrativa da Caixa de Saúde e Pecúlio dos Servidores Municipais de São Vicente. O grupo deve se reunir hoje.

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Os servidores não terão os dias de paralisação descontados até que a decisão judicial sobre a greve seja proferida. 

Frei Galvão volta a atender os servidores

Uma das principais reivindicações dos servidores públicos, que era o retorno do atendimento médico de urgência e emergência, foi atendida na tarde de ontem. Após a Prefeitura repassar recursos para a Caixa de Saúde e Pecúlio, o órgão conseguiu viabilizar acordo com o Hospital Frei Galvão, que voltará a oferecer os serviços de internações, cirurgias, consultas e realizações de exames.

O superintendente da Caixa de Saúde, o médico Hélio da Costa Marques, rebateu ontem as acusações do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (SindservSV), que pede a saída dele da direção do órgão: “Acho que é um problema político, porque o sindicato sempre desejou a Caixa, inclusive publicado no jornalzinho deles. É uma pretensão antiga. Se aproveitaram desse momento político de mobilização dos servidores da saúde e dos funcionários públicos, por conta dos salários, para colocar a Caixa”.

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Marques apresentou uma planilha com a receita referente a setembro e outubro no valor de R$ 2.416.007,86 e pagamentos de R$ 2.425.983,00. “Eu sempre digo, e reafirmo, que a Caixa tem mais a receber do que a pagar. Então, não é uma questão de gestão. Se coloca os assuntos na rua como se o grande problema fosse aqui. Mas bem aqui em frente, o Instituto de Previdência, nos deve R$ 2 milhões. Não soube de nenhuma movimentação de sindicato na frente do instituto. Não tenho nada a esconder. Estou de consciência limpa”, disse o médico.

O superintendente da Caixa de Saúde e Pecúlio, Hélio Marques, apresenta planilha de gastos (Foto: Luiz Torres/DL)

Sobre a reivindicação do sindicato, que é tornar o conselho do órgão deliberativo, o médico afirmou que é a favor da proposta. “O que eles estão pedindo eu sou defensor. Pelo nosso estatuto, o Conselho de Administração é um conselho consultivo. Não é que eu não queira que eles participem, mas o regulamento não nos permite. Eles são consultivos e não deliberativos. Eu sou partidário, há tempos, e inclusive declarado nas reuniões, que o conselho deveria ter uma participação maior na administração”.

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O médico também comentou o pedido de afastamento dele do cargo. “Com relação a nomeação de superintendente, que é uma outra questão que está sendo colocada, primeiro o cargo não é meu. O prefeito me nomeou ele tira a hora que ele quiser”, afirmou. Bili já manifestou que não tem interesse de tirar Marques do cargo. 

Santa Casa

O superintendente da Caixa de Saúde disse que, na última terça-feira (9), em uma reunião da comissão composta para acompanhar a situação, realizada na Câmara Municipal, ficou definido que o vereador Paulo Lacerda, o Paulinho Alfaiate (SD), intermediará a negociação com a Santa Casa de Santos. A dívida do órgão com o hospital é de R$ 4,1 milhões.

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“Será agendada uma reunião com a Santa Casa e o prefeito vai fazer a proposta de acordo, mas a efetivação depende de uma série de questões. A negociação com a Santa Casa é mais demorada e mais complicada”, destacou Marques. A ideia é que o impasse possa ser solucionado nos próximos 15 dias.

A Caixa de Saúde possui convênio com nove hospitais, mas apenas o Frei Galvão e a Santa Casa realizam atendimentos de urgência e emergência. Segundo o superintendente, os outros hospitais estão atendendo normalmente, além das especialidades disponibilizadas na sede do órgão. 

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