Continua depois da publicidade
Servidores técnico-administrativos de ao menos três setores da Universidade de São Paulo (USP) protestaram contra os casos de estupro e preconceito na instituição. Estudantes da Faculdade de Medicina (Fmusp) relataram, em audiência na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) nesta semana, situações de violência sexual.
Trabalhadores dos restaurantes da USP, do Hospital Universitário (HU) e da Odontologia divulgaram imagens no Facebook com as frases de repúdio. "Chega de estupros e assédio nas faculdades de medicina da USP! Basta de machismo, racismo e homofobia!", dizia um dos cartazes.
O Sindicato dos Trabalhadores da USP divulgou nota pelo Facebook lamentando o caso. "A reitoria deve imediatamente divulgar os números - e não os nomes das vítimas - para que o conjunto da comunidade universitária conheça a real situação dessa violência".
"Estou há 37 anos na USP e nunca vi uma situação dessas. Não é uma situação isolada", afirmou o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP, Magno de Carvalho. Segundo o sindicalista, a situação não se restringe às festas, mas há riscos no campus. "Há áreas escuras na universidade à noite. A guarda universitária está com menos de 30% do efetivo que deveria ter", disse.
Continua depois da publicidade
A USP criou, em 2013, uma comissão para apurar os casos de violência na instituição. De acordo com o professor e presidente da comissão, Paulo Saldiva, que pediu afastamento do cargo nesta semana, os trabalhos foram finalizados e o relatório deverá ser divulgado em breve.
A Fmusp anunciou ainda que criará um centro de defesa dos direitos humanos, que servirá para dar suporte às vítimas e receber denúncias sobre casos de estupro ou qualquer tipo de preconceito.
Continua depois da publicidade