Cotidiano

Sem condições de uso, Arena Santos será interditada; entenda

A Reportagem esteve no equipamento nesta quarta-feira (5), acompanhada do vereador Allison Sales (PL); veja vídeo

Carlos Ratton

Publicado em 05/02/2025 às 18:27

Atualizado em 05/02/2025 às 18:49

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Até os elevadores estão interditados e eventos não estão sendo realizados / Renan Lousada/DL

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A Prefeitura de Santos interdita, nesta sexta-feira (7) a Arena Santos, complexo de esportivos, culturais e sociais, por conta das más condições que a maioria das dependências se encontra. 

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Localizado à Avenida Rangel Pestana, 184, na Vila Matias e apresentado no site da Prefeitura como um verdadeiro palco para grandes eventos esportivos, culturais e sociais, com completa estrutura e referência nacional e internacional, o equipamento está com quase todas as suas dependências em condições insalubres e repletas de infiltrações. 

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Até os elevadores estão interditados e eventos não estão sendo realizados.

A Reportagem esteve no equipamento nesta quarta-feira (5), acompanhada do vereador Allison Sales (PL), que disse que irá recorrer ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP). Veja vídeo abaixo:

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Sales chegou a fazer um vídeo dias atrás, durante um evento esportivo, mostrando a quantidade de água de chuva que invade a Arena.

Inaugurada em 2010, em uma de 11 mil m², sendo 5,1 mil m² de área coberta, com estacionamento para 300 veículos.

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O equipamento possui ginásio multiuso que está entre os mais modernos do País, com capacidade para cinco mil pessoas. 

No entanto, as arquibancadas estão interditadas e com imensas poças de água, há pontos de infiltrações em praticamente toda sua extensão.

Quase todas as dependências estão fechadas por conta dos perigos. Há inúmeras luminárias quebradas, ares condicionados sem funcionar, fiações expostas e dependências inacessíveis por conta dos perigos.

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“A Arena Santos se encontra nessa situação desde quando eu entrei, em março de 2024. A Secretaria de Esportes sempre foi informada. Nós estávamos em obras na parte externa e no telhado, praticamente o principal problema do complexo. Mas, infelizmente, a empresa parou a obra. Á água cai diariamente”, afirma a coordenadora do equipamento, Rosecler Costa.

A coordenadora explica que 70% do contingente de quase 500 munícipes que frequentam a Arena Santos são pessoas idosas e tem sido tomado todo o cuidado para que não haja acidentes. 

“A interdição será feita justamente para evitá-los. O Frederico Luiz Monteiro, presidente da Fupes (Fundação Pro Esporte de Santos), já está sabendo e realocando os atletas para outros centros esportivos ou entidades que ofereçam condições de práticas esportivas.  

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As arquibancadas estão interditadas e com imensas poças de água / Renan Lousada/DL
As arquibancadas estão interditadas e com imensas poças de água / Renan Lousada/DL
Quase todas as dependências estão fechadas por conta dos perigos / Renan Lousada/DL
Quase todas as dependências estão fechadas por conta dos perigos / Renan Lousada/DL
Há inúmeras luminárias quebradas, ares condicionados sem funcionar / Renan Lousada/DL
Há inúmeras luminárias quebradas, ares condicionados sem funcionar / Renan Lousada/DL
Até os elevadores estão interditados e eventos não estão sendo realizados / Renan Lousada/DL
Até os elevadores estão interditados e eventos não estão sendo realizados / Renan Lousada/DL

Vereador

Allison Sales disse que irá apresentar o problema na Câmara de Santos, pedir e checar os contratos de manutenção e obras, e ainda recorrer ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP). Ele acredita que outros equipamentos da cidade estão na mesma situação.

“Estive aqui em um evento esportivo e chovia mais dentro do que fora. As arquibancadas viraram cachoeiras e pais e crianças aguardavam a oportunidade de participar da competição. Tive a impressão que o telhado desabaria a qualquer momento ou alguém levaria um choque elétrico”, disse.

Prefeitura

A Administração explica que, na noite da última quinta-feira (30), após a chuva forte que atingiu a Cidade, foram registrados pontos com água caindo do teto da Arena e escoando pelas laterais das arquibancadas. 

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Durante a vistoria realizada na manhã do dia seguinte (31), a Defesa Civil e técnicos das secretarias de Esportes e de Obras e Edificações verificaram que o grande volume da água passou por pontos com infiltração no telhado. Importante frisar que não foi constatado nenhum problema estrutural no equipamento esportivo.

Confirmou que durante o fechamento, todas as atividades realizadas na Arena Santos serão remanejadas para outros locais, que estão sendo definidos pela Secretaria de Esportes (Semes). 

As equipes da Fupes que treinam no equipamento também já estão sendo realocadas para os outros ginásios da Secretaria de Esportes (Centro Esportivo Zona Noroeste, M.Nascimento, Pagão, Rebouças e Parque Roberto Mário Santini). 

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“Os reparos necessários na cobertura da Arena Santos estão contemplados nos serviços da reforma, obra que atualmente está em trâmite administrativo”, explica em nota.

O contrato com a JEA Construtora e Incorporadora Ltda, primeira colocada no processo licitatório, para troca de parte telhado nas duas laterais e no telhado central, das arquibancadas, e reparos na estrutura metálica na Arena Santos, teve início em julho de 2024, com prazo de seis meses previsto no contrato para término do serviço, ou seja, dezembro de 2024. 

No entanto, a construtora não cumpriu o prazo contratual – executou menos de 2% da obra.

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A Administração frisa que pagou à empresa apenas o correspondente ao serviço executado (referente a placa de obra, containers, pequena demolição e remoção do entulho), ou seja, R$ 24.307,54. Todas as medidas cabíveis foram tomadas.

A Prefeitura advertiu a empresa por morosidade, sem êxito, notificou-a com multa de R$ 144.938,75, correspondente a 10% do valor total do contrato e, por fim, está em trâmite a rescisão unilateral do contrato por inexecução parcial da obra.

O processo aguarda parecer da Procuradoria Jurídica da Prefeitura (Projur) acerca do não acolhimento do recurso e rescisão, bem como para autorização da contratação da segunda colocada no processo licitatório, visando dar continuidade à obra, com o mesmo valor do contrato atual: custo de R$ 1.449.387,55 - recursos da Prefeitura, por meio da Semes e Fundurb (Fundo de Desenvolvimento Urbano).

A previsão é de que todo o processo burocrático termine até maio deste ano, para que a segunda colocada na licitação possa ser contratada e termine a obra no prazo de seis meses, ou seja, até o final de 2025.

A Prefeitura destaca que, além da reforma do teto contratada, o equipamento recebe serviços de pintura e impermeabilização da fachada realizados pela empresa Scala Gestão Execução de Obras Ltda. 

A obra orçada em R$ 331.733,56 teve início em outubro do ano passado e está na fase final, com precisão de término até o final de março, caso as condições climáticas não impactem o cronograma.

A Administração Municipal ressalta, ainda, que está em planejamento uma reforma geral do equipamento, projeto que será elaborado pela Secretaria de Obras e Edificações (Seobe). A Arena Santos recebe manutenção regular desde sua inauguração (2010). 

Em 2019 começou uma obra de adequação de acessibilidade no equipamento, que foi concluída em 2020.

Na parte externa foram construídas rampas, feitos reparos do piso de ladrilho hidráulico, instalação de corrimãos e gradis, além de novas guias, sarjetas e tubos para drenagem, com substituição de grelhas de concreto para boca de lobo. 

Também foi feita adequação interna com instalação de portas acessíveis, adequações dos vestiários e banheiros entre outras melhorias.  

A revitalização do telhado (conforme detalhado acima) teve início em julho do ano passado e, devido a trâmites administrativos, deve ser retomada até maio. 

A reforma da cobertura prevê a instalação de 2.973,70 m² telhas em chapa de aço zincado com pintura poliéster, tipo sanduíche, e espessura de 0,50 mm, com poliestireno expandido. 

Antes disso, ocorrerá a impermeabilização em manta asfáltica com armadura.

As novas estruturas metálicas da cobertura receberão pintura epóxi bicomponente que é altamente resistente e impermeável, oferecendo acabamento de alta proteção contra corrosão.

As calhas, rufos e afins, serão substituídos e será erguida a alvenaria e fechamentos com vergas, contravergas e pilaretes de concreto armado e esquadria de abrir em alumínio na cor branca.

A obra inclui ainda, no quesito acesso e proteção, guarda corpo com gradil de fechamento em aço galvanizado com pintura esmalte, e escada de marinheiro com guarda corpo galvanizado.

Em outubro de 2024, teve início a pintura da fachada e impermeabilização, que estão em fase final.

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