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O governo do Paraná informou hoje (8) que o secretário de Segurança Pública do estado, Fernando Francischini, pediu demissão do cargo. Ele sai depois de nove dias da ação policial que deixou mais de 200 feridos em manifestação de servidores estaduais, a maioria era professor em Curitiba. Por quase duas horas, bombas de gás, balas de borracha, sprays de pimenta foram lançadas pela polícia aos manifestantes que protestavam contra o projeto que alterou a Previdência do estado. O delegado da Polícia Federal Wagner Mesquita de Oliveira assume interinamente o comando da secretaria.
Esse é o terceiro pedido de demissão no governo paranaense após os protestos. O então secretário de Educação do Paraná, Fernando Xavier, envolvido na negociação com os professores em greve, pediu exoneração na última quarta-feira (6).
Na carta de demissão, Francischini afirma que pediu para deixar o cargo a fim de “colaborar com a governabilidade” do estado e que confia no governador Beto Richa, “para superar este momento de crise”. “Finalizo, assumindo novamente e publicamente todas as minhas responsabilidades, na atuação policial nas últimas operações, apoiando o trabalho da tropa,” observou.
Ontem (7), o comandante-geral da Polícia Militar (PM) do estado, coronel Cesar Vinicius Kogut, também pediu demissão, alegando dificuldades administrativas com a Secretaria de Segurança Pública.
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Kogut e Francischini vinham se desentendendo publicamente sobre os procedimentos adotados pela PM paranaense nos protestos. Em entrevista coletiva, Francischini classificou de “lamentável” os episódios de violência contra os manifestantes.
“Não tem justificativa. Nós lamentamos. As imagens são terríveis. Nunca se imaginava um confronto como esse. Nada justifica. Lesões de maneira tão lastimável, com as imagens que nós vimos de ambos os lados. Vamos ouvir quem comandou a operação, quem deu ordens para que fossem executadas as medidas de conteção”, disse Francischini.
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Na última terça-feira (5), Kogut enviou carta ao governador Beto Richa em resposta às declarações do secretário. “Não se pode admitir, em respeito à tradição da Polícia Militar do Paraná, seus oficiais e praças, que seja atribuída a tão nobre corporação a pecha de irresponsável e leviana”, diz ele no documento, que também informa que Francischini participu do planejamento da operação e foi informado dos desdobramentos durante a ação dos policiais.
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