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O mercado imobiliário na cidade de São Paulo teve nova queda nas vendas e nos lançamentos em outubro, interrompendo a recuperação iniciada no segundo semestre, conforme mostra pesquisa divulgada há pouco pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP).
As vendas de imóveis residenciais novos na capital paulista foram de apenas 963 unidades em outubro, queda de 65,4% em relação a setembro. Quando comparado ao mesmo mês de 2013, a diminuição foi de 55,4%.
No acumulado de janeiro a outubro deste ano, as vendas totalizaram 15.337 unidades, 44,7% menos do que nos mesmos meses do ano passado.
A velocidade de vendas - medida pela relação entre o total de unidades vendidas e o total lançado no período mais o estoque de períodos anteriores - foi de 3,9% em outubro, a mais baixa do ano. Em setembro, esse indicador chegou a 11,1%. Já em outubro do ano passado, foi de 11,4%.
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Em parte, a queda na comercialização de imóveis por ser explicada pelas eleições, que ocorreram em dois finais de semana, justamente o horário nobre para as vendas, de acordo com avaliação do economista-chefe Secovi-SP, Celso Petrucci. "O que surpreendeu em outubro foram as eleições. Nunca vimos as pessoas tão envolvidas", comentou Petrucci, em entrevista ao Broadcast.
O economista também atribuiu a deterioração do mercado ao nível baixo de confiança dos consumidores. "As pessoas estão apreensivas em relação ao ano que vem", avaliou.
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Um terceiro fator que pode ter pesado sobre os negócios é o preço elevado dos imóveis, que subiu muito nos últimos anos e ficou caro e inacessível para muitos interessados. "O aumento de preços ocorrido a partir de 2010, que acumulou um valor significativo, também pode estar criando uma seleção natural", disse.
Por outro lado, Petrucci ponderou que os fundamentos que dão condições para a compra de imóveis pela população continuam firmes. Entre eles estão os níveis baixos de desemprego, o aumento da renda em patamar semelhante ao da inflação e a oferta de financiamento bancário com juros estáveis. "A gente lê os dados e vê que estão bons. É difícil entender o mercado", disse Petrucci, referindo-se à queda nas vendas.
Lançamentos
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Diante do cenário, as incorporadoras decidiram pisar no freio em relação a novos projetos. Em outubro, foram lançadas 2.336 unidades, 41,9% menos do que setembro e 20,9% abaixo do visto no mesmo mês de 2013.
No acumulado de janeiro a outubro deste ano, os lançamentos somaram 20.703 unidades, retração de 16,1% em relação aos mesmos meses do ano passado.
O arrefecimento do mercado elevou o estoque de imóveis na cidade de São Paulo. Em outubro, havia 23.652 unidades novas aguardando a comercialização. O resultado é 5,9% maior do que em setembro e 40,6% superior a outubro de 2013.
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A pesquisa do Secovi-SP mostrou que a média do estoque entre 2004 e 2013 é de 18.348 unidades. O montante atual é, portanto, 30% maior do que a média histórica.
Projeções
Petrucci disse acreditar numa queda gradual do estoque ao longo dos próximos meses, pois as vendas no fim do ano são tradicionalmente maiores do que nos meses anteriores. Além disso, o ano de 2015 não terá eventos como Copa do Mundo e eleições, que atrapalharam os negócios neste ano, disse.
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O economista do Secovi-SP disse esperar que o mercado imobiliário na cidade de São Paulo encerre 2014 com cerca de 26 unidades lançadas e entre 20 mil e 22 mil vendidas. Se a projeção se confirmar, isso será equivalente a uma retração de 22% nos lançamentos e um recuo de 37% vendas. O resultado será bem pior do que a estimativa feita no início deste ano pelo sindicato, que previa estabilidade nos negócios em relação a 2013.
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