Continua depois da publicidade
A estiagem no início do ano prejudicou o desenvolvimento dos canaviais e a moagem pelas usinas do Centro-Sul do Brasil deve cair 2,84% em 2014/15, para 580 milhões de toneladas, conforme a primeira estimativa da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), divulgada nesta quarta-feira. Na temporada 2013/14, que se encerrou oficialmente em março, foram moídas 596,94 milhões de toneladas.
Conforme Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico da entidade, "a seca intensa observada ocorreu exatamente no período de maior desenvolvimento da cana". Ainda de acordo com a Unica, o atual ciclo deve ser novamente mais alcooleiro, com 56,44% da oferta de cana direcionada à produção de etanol. Na safra anterior, esse porcentual foi de 54,78%. Com isso, a produção do biocombustível deve atingir 25,87 bilhões de litros, aumento de 1,20% em comparação com os 25,57 bilhões de litros de 2013/14. Desse total, 14,63 bilhões de litros serão de hidratado e 11,25 bilhões de litros, de anidro. Já a produção de açúcar deve ficar em 32,5 milhões de toneladas, 5,23% menor que as 34,29 milhões de toneladas observadas em 2013/14.
ATR
Continua depois da publicidade
A Unica prevê que a quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), que mede o nível de sacarose nas plantas, alcance uma média de 135 kg por tonelada de cana processada na temporada, número 1,2% superior à média de 133,33 kg/t de 2013/14. Quanto ao rendimento agrícola, a entidade estima que o volume de cana colhida por hectare deve passar de 79,8 toneladas para 73,4 toneladas em 2014/15 (-8%).
Área plantada - Apesar de estimar uma queda no volume a ser processada, a Unica informou que a área plantada em 2014/15 é cerca de 5% maior que a de 2013/14. "Esse crescimento decorre da maior renovação do canavial e do significativo volume de cana não processada em 2013/14 (cana bisada), que deve representar cerca de 3% da área a ser colhida em 2014/15", disse a entidade, em nota. Segundo a Unica, pelo menos 10 usinas podem confirmar a paralisação das atividades na safra por conta das dificuldades pelas quais passa o setor. Além dessas 10 unidades, outras 30 estão em recuperação judicial.
Continua depois da publicidade