Cotidiano

Saúde garante que Acre não é porta de entrada do ebola no país

O ministro Arthur Chioro ressaltou que a febre hemorrágica causada pelo vírus é uma enfermidade transmissível pelas secreções e que as manifestações são perceptíveis

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 11/09/2014 às 18:46

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O ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse hoje (11) que não vê o Acre como uma possível porta de entrada do vírus ebola no país. “De maneira geral, os africanos, principalmente os senegaleses, que chegam por esta via, demoram semanas até entrar ao Brasil. Eles chegam de 45 a 60 dias após a partida. É um período muito superior ao de incubação da doença, que é 21 dias”, explicou Chioro.

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O ministro ressaltou que a febre hemorrágica causada pelo vírus ebola é uma enfermidade transmissível pelas secreções, fezes, vomito, suor, saliva, sêmen, e que as manifestações clínicas apresentadas são muito graves e perceptíveis.

“Ninguém, com ebola, aguentaria atravessar o circuito até a entrada pelo Acre e chegar sadio em nossa fronteira. Quanto o vírus passa a ser transmitido, geralmente 21 dias depois da contaminação, o doente apresenta sinais graves da doença, que pode ser detectada facilmente, explicou.

Depois que o Senegal registrou um caso de febre hemorrágica pelo ebola em um paciente procedente da Guiné, os profissionais que trabalham na fronteira do Acre com o Peru e com a Bolívia começaram a se preocupar com a crescente entrada de senegaleses no Brasil.

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 Arthur Chioro disse que não vê o Acre como uma possível porta de entrada do ebola (Foto: Arthur Chioro)

Segundo a Polícia Federal, desde o começo do ano, 1.200 senegaleses cruzaram a fronteira brasileira pelo Acre, e nos últimos 15 dias entraram imigrantes de Serra Leoa, um dos países atingidos pelo surto da doença. Chegaram também imigrantes da Nigéria, outro país onde há incidência do vírus. O ebola matou 2.296 pessoas no Oeste da África.

A polícia pediu treinamento para receber os imigrantes de forma segura. O presidente do sindicato dos policiais federais no Acre, Franklin Albuquerque, defende a necessidade de uma triagem dos imigrantes, que deve ser feita pela vigilância sanitária. Ele disse que não há avaliação sanitária na fronteira.

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O ministro Chioro, no entanto, entende que seria uma ação inócua. “O Brasil tem várias regiões em que as fronteiras são um ponto imaginário. Se você colocar um fiscal da saúde no local, as pessoas que estão entrando ilegalmente vão entrar por onde estão os agentes?”, perguntou o ministro.

Ele destacou que a preocupação maior é com a entrada de estrangeiros, procedentes de   países onde há epidemia, pelos 34 aeroportos internacionais, por causa da rapidez de locomoção. Mas, mesmo assim, Chioro argumenta que há três inspeções antes de o imigrante chegar ao Brasil.

“Hoje ninguém sai da Guiné, da Libéria e de Serra Leoa sem passar por inspeção sanitária, o que é uma primeira linha de bloqueio local.  Há uma segunda linha nos aeroportos onde eles têm que pegar outro avião, porque nós não temos linha direta com esses países. Quando chegam no Brasil, há uma terceira linha de bloqueio”, disse o ministro, durante a inauguração de uma Unidade de Pronto Atendimento no Distrito Federal.

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