Cotidiano

São Paulo terá 151 novas linhas de ônibus na madrugada

Hoje, já existem 98 percursos de ônibus que funcionam nessa faixa de horário, mas os intervalos tendem a ser bem maiores e irregulares

Publicado em 12/02/2015 às 14:05

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Continua depois da publicidade

A partir do dia 28, deve ficar um pouco menos complicado se deslocar de transporte público à noite em São Paulo. É nessa data que começam a funcionar as 151 novas linhas de ônibus que operarão de madrugada na cidade, num total de 454 veículos. Trata-se de uma meta da gestão Fernando Haddad (PT), que agora promete um intervalo de 15 minutos de espera entre meia-noite e 4h nas grandes avenidas estruturais. Isso abrange 50 itinerários de coletivos em avenidas como a Paulista, a Radial Leste e a Atlântica.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Hoje, já existem 98 percursos de ônibus que funcionam nessa faixa de horário, mas os intervalos tendem a ser bem maiores e irregulares. O representante comercial Daniel Francisco dos Santos, de 37 anos, mora na Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte, e diz que pacientes, visitantes e trabalhadores do hospital municipal que funciona no bairro ficam reféns da ineficiência do serviço de ônibus após as 0h. "Só passa um único ônibus na linha que vai até o centro, até a Praça do Correio, e você tem que esperar uma hora e meia no ponto até ele voltar. É mais fácil dormir ali mesmo", afirma.

O trajeto mais longo feito pela rede noturna de Haddad terá 56,5 quilômetros de comprimento, ligando o Terminal A.E. Carvalho, na zona leste, ao Terminal Parque Dom Pedro II, no centro. A quilometragem percorrida pelos ônibus nesse itinerário equivale à distância entre a capital e a cidade de Jundiaí.

Essa será uma das 50 linhas estruturais do sistema madrugador, ou seja, o que conectará os bairros à região central, passando geralmente por grandes avenidas. Além delas, 101 itinerários realizarão percursos locais, dentro dos próprios bairros, como a boêmia Vila Madalena, na zona oeste. Nesse caso, a espera no ponto será de até 30 minutos, segundo a São Paulo Transporte (SPTrans), responsável por gerenciar os ônibus.

Continua depois da publicidade

A menor linha de todas, com 5,9 km, fará o percurso entre o Terminal Sacomã e o Hospital Heliópolis, ambos na zona sul. Além dos 34 terminais, a cidade inteira contará com 160 pontos de conexão entre linhas noturnas. No ano passado, a SPTrans chegou a divulgar que esses lugares receberiam reforço na iluminação, para ampliar a sensação de segurança dos passageiros.

A partir do dia 28, deve ficar um pouco menos complicado se deslocar de transporte público à noite em São Paulo (Foto: Milton Michida/GOVESP)

Lua

Continua depois da publicidade

Os coletivos pertencentes à frota madrugadora terão alguns símbolos para distingui-los dos demais. Antes do número da linha a letra N indicará que o serviço é noturno. Por exemplo, a que atenderá a Avenida Paulista será grafada desta forma: N506/11 (Terminal Sacomã - Metrô Vila Madalena).

O secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, diz que outro sinal marcará esses veículos. "Acho que vai ficar (a imagem de) uma lua com o N. O pessoal do marketing está trabalhando nisso. O usuário vai ter uma identificação de que aquela linha é noturna, tanto nos ônibus quanto nos pontos, porque tem linhas dessas que não funcionam durante o dia." O dirigente afirma que está sendo avaliado onde o adesivo com a lua será afixado, em virtude de restrições do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).

Igreja

Continua depois da publicidade

Os passageiros já começam a fazer planos para usar as linhas noturnas. A aposentada Laici Pinto de Matos, de 65 anos, conta que pretende passar a frequentar as vigílias que sua igreja promove de madrugada uma vez por semana. Ela mora no Jardim Pery na zona norte, e frequenta o culto no Brás, na região central. "Nunca consegui ir porque hoje não tem como voltar para casa, porque tudo já está fechado, metrô, trem e não passa quase ônibus."

Já o vendedor Kiomo Ferreira, de 22 anos, afirma que quer voltar a estudar. "Deixei de fazer a monografia do curso que estudava, Design Gráfico, porque estava ficando muito cansado para voltar para casa à noite e esperar muito os ônibus."

Mais lidas

Conteúdos Recomendados

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software