Cotidiano

Santos relembra combatentes do Movimento de 32

Cidade, que tem um combatente vivo, perdeu 41 homens no movimento. Acervo sobre o Movimento se encontra na Casa do Trem Bélico, situada na Rua Tiro Onze, no Centro

Publicado em 10/07/2015 às 10:38

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“Uma dos momentos mais marcantes do combate foi saber da morte do meu amigo Ivampa Lisboa, que estava em outro batalhão”. A lembrança, 83 anos depois, é do combatente João da Cruz Batista, um dos santistas que participaram do Movimento Constitucionalista de 1932. Lisboa foi morto com um tiro na cabeça.

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Único combatente santista vivo, Batista, de 104 anos, foi um dos homenageados na manhã de ontem, na Praça José Bonifácio, no Centro de Santos. Conforme ele lembrou, embora os paulistas tenham sido derrotados no confronto, se saíram vitoriosos do movimento, que resultou na elaboração da Constituição de 1934. “O objetivo foi conquistado, veio a Constituição”.

Historiadores se dividem quanto a esse período da História do Brasil – alguns o classificam como movimento porque não propunha uma mudança na relação de poder, outros como revolução. O movimento armado ocorrido entre os meses de julho a outubro de 1932 queria a derrubada do Governo Getúlio Vargas e a promulgação de uma nova Constituição. Os paulistas saíram derrotados no confronto, mas a ideia de um novo texto constitucional vingou.

 Autoridades civis e militares foram lembrar o movimento, na manhã de ontem, no Centro de Santos. João da Cruz Batista, de 83 anos é o único combatente santista vivo (Foto: Luiz Torres/DL)

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O também santista Ernesto Tily Júnior, da Associação de Combatentes de 32, destacou o fato de Santos ter contribuído com uma parcela importante do movimento. Classificou os santistas que participaram do ato como “mártires” e lembrou da participação feminina, citando as mulheres que ajudaram na confecção de fardas, serviços de enfermagem e alimentação dos combatentes.

Tily Júnior também fez uma referência aos 41 santistas mortos em combate, citando o nome de todos.

Valores

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Em seu discurso de improviso no ato, o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), ressaltou a importância dos combates, fazendo um paralelo com os dias de hoje “onde há uma crise de princípios, de valores, de comportamento”. “Os combatentes deram bons exemplos para futuras gerações”.

O ato na praça ontem contou com a execução dos hinos do Brasil e de Santos, pela banda da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea, e deposição de flores no Monumento do Soldado de 1932.

Quem quiser informações mais sobre o Movimento de 1932 pode conhecer o acervo que se encontra na Casa do Trem Bélico, situada na Rua Tiro Onze, 11, no Centro. O local fica aberto de terça a domingo, das 11 às 17 horas.

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