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Santos deve contar, a partir de setembro, com mais uma ferramenta para monitorar áreas com risco de deslizamentos. Santos é um dos nove municípios do Brasil escolhidos pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para receber sensores geotécnicos chamado de Estação Total Robotizada.
O sistema será instalado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e será instalado no morro do Marapé. Uma estação será instalada na Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro, e 100 prismas, que auxiliam no monitoramento, serão distribuídos no morro em um raio de 2,5 quilômetros.
“Esse sensor monitora a possibilidade de haver um monitoramento de massa diretamente. É um sensor que emite um feixe de luz a laser que é refletido por diferentes espelhos (prismas) colocados em diferentes posições. O reflexo desse feixe de laser nesses espelhos indica se aquele local onde o feixe incidiu está na iminência de sofrer um deslocamento de massa”, explicou Osvaldo Moraes, diretor do Cemaden.
Moraes ressaltou que o aparelho não irá fazer um monitoramento de toda a Cidade, mas sim de uma área específica. O morro do Marapé foi escolhido em comum acordo pelo Cemaden, Defesa Civil do Município e Defesa Civil do Estado de São Paulo.
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“Foi escolhido o Marapé pela condição geográfica e por abranger um número maior de moradias. Tínhamos outros locais como o Jabaquara, onde tem blocos que nós monitoramos. Mas foi escolhido por isso. Claro que, dando certo, poderá ser ampliado pela parceria ou até com recursos do Município ou parceria com o Estado”, comentou Daniel Onias, coordenador da Defesa Civil de Santos.
As estações são robotizadas e um ciclo de análise no morro do Marapé deverá demorar aproximadamente 15 minutos. Segundo o diretor do Cemaden, a instalação do sistema necessita de uma série de cuidados.
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“A instalação desse equipamento requer um cuidado muito grande. Requer tanto o cuidado de ter um ângulo de visão muito boa, não pode ser uma linha que seja interrompida, mas também tem que ter a questão de segurança tanto para o equipamento não ser depredado quanto para não sofrer algum tipo de interferência que ele possa sofrer um movimento. Por exemplo, uma criança jogando bola pode bater no equipamento, e como isso é um sinal emitido diretamente, poderíamos emitir um falso alarme”, disse Moraes.
Apesar de não ser uma relação linear, o histórico de alertas que o Cemaden emite e onde acontecem desastres é de, aproximadamente, duas horas de antecedência. Para o coordenador da Defesa Civil de Santos, o ganho na Cidade deve ser maior.
“Eu creio que vamos ganhar até mais porque já fazemos o monitoramento nessas áreas em cima do acumulado de chuvas e das vistorias constantes dos nossos técnicos. Esses equipamentos vão nos indicar o início de um processo que pode demorar até dias para acontecer. Então, eu creio que vai nos dar mais de duas horas de informação e de antecedência para nós agirmos”, explicou Onias.
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Além da ETR, também será instalado um conjunto de equipamentos para coletar dados sobre quantidade de chuvas acumuladas e de água no solo, complementando as informações sobre possíveis riscos de deslizamentos. O total de investimento do Governo Federal é de mais de R$ 2 milhões.
O prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), destacou a importância do equipamento para trabalhar na prevenção de futuros deslizamentos. De acordo com Barbosa, a intenção é expandir o programa.
“Nossa pretensão é a partir dessa experiência, sendo ela bem sucedida, expandir para outras áreas de encosta dentro da cidade de Santos para que possamos reforçar esse trabalho de prevenção que tem sido bem sucedido ao longo dos anos, mas que requer um esforço e uma dedicação permanente”.
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Por fim, o prefeito destacou a parceria entre os envolvidos. “Quando os três entes estão juntos a solução dos problemas se torna mais fácil. Esse é um bom exemplo de uma boa parceria, como nós temos em várias outras áreas da Cidade. Mas é fundamental que elas possam se intensificar e ampliar”.
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