Cotidiano
Antônio Carlos Fonseca Cristiano, o Caio da Marimex, afirma que, até hoje, 'não viu e não vê algum prefeito, deputado, governador ou ministro se debruçar sobre a questão'
A expansão do Porto de Santos em mais 12,6 milhões de metros quadrados foi anunciada em 2024 / Divulgação/APS
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Nesse aniversário de Santos, um ponto importante a ser lembrado é que a expansão do Porto de Santos, anunciada no final do ano passado, em mais 12,6 milhões de metros quadrados, com a promessa de atingir uma área total de 20,4 milhões de metros quadrados, vai necessitar também de um amplo projeto social e habitacional (ainda não definido) e um cuidado com o meio ambiente (bastante desprezado nos últimos anos), para que a cidade não seja impactada e os cidadãos e cidadãs - especialmente da periferia - não sejam prejudicados, conforme revelamos nas reportagens deste domingo.
Será um aumento de 162,4% de sua área original. O Porto tem hoje 7,8 milhões de metros quadrados. A proposta envolve a incorporação de áreas, em quatro cidades da Baixada Santista - Santos, São Vicente, Cubatão e Guarujá - à Poligonal do Porto Organizado.
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A expansão proposta equivaleria, a longo prazo, à criação de quase mais dois portos.
Ao mesmo tempo que se pensa em expansão, é preciso uma atenção especial à relação porto-cidade, que praticamente não sai do papel.
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Um exemplo é o edital de escolha da futura empresa oriunda da parceria-público-privada que iniciará as obras de construção do túnel submerso entre Santos e Guarujá, cuja promessa será lançado no dia 2 de fevereiro próximo - Dia do Aniversário de Porto de Santos.
Os moradores do Macuco vivem sob alerta sob os impactos que as obras vão causar em suas vidas.
"O entrosamento porto-cidade não existe. Não vi e não vejo até hoje algum prefeito, deputado, governador, ministro enfim, se debruçar de verdade sobre essa questão. Ninguém quer pôr a mão na massa e resolver. Não há força política e vontade para que a relação saia do papel e dos discursos", revelou no final do ano passado, em entrevista exclusiva, o presidente da Marimex Inteligência Portuária em Logística Integrada, Antônio Carlos Fonseca Cristiano, o Caio da Marimex.
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Sobre os congestionamentos que acorrem em Santos por causa do porto, por exemplo, ele afirmou que estacionamentos não são a solução: "a questão é muito mais complexa. Os terminais precisam trabalhar com agendamento e a Autoridade Portuária de Santos (APS) precisa fiscalizar esse procedimento operacional e multar. Também é preciso ampliar os Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI) e melhorar os acessos internos do porto. Havia uma promessa de estender a Avenida Perimetral de forma paralela à Avenida Mário Covas, do Canal 4 à Ponta da Praia. Mas esqueceram de cumpri-la e os caminhões continuam entrando na cidade".
O presidente da Marimex acredita que os órgãos ambientais, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), precisam ficar mais atentos e fiscalizar com mais afinco os empreendimentos e as intervenções que acontecem no espaço portuário.
No entanto, esses órgãos sequer são cobrados pelos poderes públicos constituídos, conforme as reportagens a seguir:
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