Cotidiano

Santos 479 anos: águas de março e de todos os meses na Zona Noroeste

A Prefeitura anuncia construção de comportas, de estações elevatórias para conter a água, mas o problema não se resolve

Carlos Ratton

Publicado em 26/01/2025 às 07:00

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O problema não se resolve e moradores perdem móveis e acumulam prejuízos todos os anos / Nair Bueno/DL

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Basta que chova acima da média para que Santos fique debaixo d´água. E a Zona Noroeste, cujo problema é agravado pela subida da maré, a situação é alarmante. A Prefeitura anuncia construção de comportas, de estações elevatórias para conter a água, mas o problema não se resolve e moradores perdem móveis e acumulam prejuízos todos os anos.

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Em maio do ano passado, o prefeito Rogério Santos (PSDB), finalmente, assinou o termo de cooperação técnica entre a Administração e a MRS Logística, para execução das obras de canalização do Rio Lenheiros, no Saboó. Acredita-se que a deve acabar com um problema crônico: alagamentos em torno da entrada da cidade.

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O documento estava desde dezembro de 2023. "Toda a drenagem que a Prefeitura fez não tem eficácia sem essa obra, que levará as águas captadas por baixo da linha férrea até o mar, por intermédio de tubulações. Isso tudo graças à ação do MP de São Paulo", afirmou a promotora pública Almachia Zwarg Acerbi, do Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema), ao Diário ano passado.

O documento prevê o cronograma de obras de construção das galerias MRS e EEC6 e a operação simultânea, sob a responsabilidade da MRS. A previsão de conclusão da obra é julho de 2026. As obras de construção da EEC6 e a conexão das galerias MRS com as galerias já existentes na Avenida Martins Fontes são de responsabilidade do Município. Os custos das obras serão oriundos de contrato já firmado com a Caixa Econômica Federal (CEF).

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O termo vigorará pelo período de 36 meses, a partir da data de sua assinatura, podendo ser prorrogado até o limite de 60 meses, caso haja interesse das partes. Após a conclusão da construção das galerias MRS, a Administração será a única e exclusiva responsável pela manutenção e operação por se tratar de obras do sistema público de drenagem.

Toboágua

As vias de entorno do viaduto da Estrada de Santos sofrem com as enchentes ano após ano. O próprio viaduto, antes de ser construído, foi alardeado como a solução para o fim dos alagamentos para, no fim, ser tachado como o 'toboágua da entrada da cidade'.

O trecho mais afetado é no Chico de Paula, no ligamento entre a Avenida Nossa Senhora de Fátima e a Praça José Bonifácio, antes de chegar à Avenida Martins Fontes. Os motoristas que trafegam no sentido Zona Noroeste-Centro ou em qualquer direção de Cubatão, e por consequência, São Paulo, precisam de paciência.

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Nos demais bairros da Zona Noroeste, o martírio é eterno. Muitos moradores colocam muretas nas soleiras das portas que dão acesso aos imóveis para evitar a água. Outros tapam ralos e suspendem móveis para evitar perdas. Geralmente, em época de eleição, surgem as promessas que nunca são cumpridas.

Área Continental é uma eterna discussão futurista

Entra governo e sai governo, legislatura e sai legislatura e os governantes e vereadores (as) de Santos não cansam de discutir o futuro da Área Continental de Santos.

Para variar, como 'nem tudo são flores', ou seja, nem tudo na vida acontece como se quer pois a vida é cheia de incertezas e desafios, existe posições distintas em relação ao tema. E isso justifica a falta de avanços. A Câmara de Santos não se cansa de fazer audiências improdutivas sobre a questão.

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Uma das propostas da Secretaria de Assuntos Portuários e Emprego de Santos é permitir a implantação de um conglomerado de indústrias em uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE), formando um polo gerador de empregos no setor portuário.

A ideia é o conceito de Porto-Indústria na Cidade, aliado à qualificação de mão de obra e investimentos em uma terceira via ligando o Planalto à Baixada Santista - segunda pista da Rodovia Imigrantes - para facilitar o escoamento de carga e o deslocamento de pessoas. A Administração defende mais investimentos em acesso rodoviário e ferroviário.

No entanto, outra vertente, formada por líderes comunitários, organizações ambientais e sociais, pesquisadores, professores, estudantes e representantes de diversos segmentos urbanos, acredita que, antes de tudo, é preciso preservar.

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Para eles, não se pode destinar a Área Continental para ser ocupada por indústria sujas e poluidoras, também responsáveis pelas mudanças climáticas.

Esse pode ser o passo final para a implantação de um incinerador que irá despejar milhares de toneladas de gases tóxicos para saúde animal e humana e de efeito estufa, que acelera o aquecimento global e ameaça inundar a nossa cidade pelas águas do mar.

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