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Se tivesse que escolher entre a cozinha e o escritório, com certeza Raul Lemos decidiria pela primeira opção. Isso porque o publicitário de 34 anos largou sua carreira como profissional na comunicação para seguir seu verdadeiro sonho: ser chef de cozinha. E essa paixão pela culinária não foi em vão. O santista se inscreveu para participar do reality show ‘MasterChef Brasil’ e chegou até o final da competição.
Durante 15 anos, Raul trabalhou em agências de comunicação. No ano passado ele resolveu largar tudo para fazer de um hobby a sua profissão. Incentivado pela família e amigos, o cozinheiro resolveu tentar a sorte nas eliminatórias do programa. “Um amigo meu fez o vídeo, e a Laura, minha noiva, praticamente preencheu a ficha de inscrição. Eu não queria, estava meio com vergonha. Depois de três dias eles me ligaram, fiz todos os testes e eu acabei passando”.
O cozinheiro foi mostrando evolução ao longo da segunda edição do reality show e conquistando vitórias a cada episódio. Ele afirma que participar da competição foi “uma experiência maluca”, na qual ele aprendeu diversas técnicas culinárias. “Tivemos muitas aulas e acho que essa coisa de ter que fazer as coisas na pressão, muito rápido, dá um salto de aprendizado muito grande. Principalmente as técnicas antropológicas. Porque éramos em 18 pessoas diferentes. Mas foi bem legal”.
Durante os quatro meses de competição, o publicitário foi conquistando o público com seu carisma e jeito descontraído, tornando-o o favorito a ganhar o reality. Nas redes sociais, uma hashtag foi lançada, aumentando ainda mais seu favoritismo. “O #TeamBermuda foi um jeito de fazer meus amigos passarem vergonha e tomarem bronca comigo na TV. A gente postou, a galera curtiu e muita gente se identificou, principalmente o pessoal de Santos”.
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Além da torcida, o santista instigou a todos com um mantra pessoal, repetido por ele em várias provas. “A ‘sorte na sorte’ é uma filosofia de pensamento que eu sigo. Se você planta o bem, você tem duas vezes mais sorte na vida”.
As provas e a fama após a competição
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Ao longo do programa, o conhecimento dos cozinheiros amadores foi aumentando, assim como a dificuldade das provas. Os participantes foram colocados a testes de pressão, como cozinhar em um estádio de futebol e, até mesmo, na Academia da Força Aérea Brasileira (AFA).
Porém, para Raul, a prova mais complicada foi quando eles tiveram de preparar uma linguiça para os jurados Paola Carosella, Henrique Fogaça e Erick Jacquin e para o chefe de cozinha convidado, Jefferson Rueda. “Nunca tinha feito. E fazer para o chef especializado, dava uma pressão tripla”.
Nos últimos dois programas, o ex-publicitário teve de cozinhar com a presença de seus pais e sua noiva. Para ele, a única preocupação era com os ‘pitacos’ que seus pais costumam dar. “Foi o que acabou acontecendo. Tem até uma cena que mostra eu brigando com meu pai. Ele está pirando com essa história de eu ser cozinheiro. Eu estou meio que vivendo o sonho dele”.
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Ele também conta que ser ‘caiçara’ o ajudou na execução de alguns pratos. “Você tem mais contato com os ingredientes, até porque Santos tem uma gastronomia muito forte de frutos do mar. Já convivia mais com os produtos”.
Além disso, ele menciona o ‘espírito tranquilo do santista’ e como isso o auxiliou durante o reality. “Eu tenho muito essa coisa de estar de boa, o deboísmo, como se tem falado agora. Os caiçaras já tem uma ‘vibe’ diferente, por estarmos bem próximos do mar, e isso ajudou muito na condução do programa como um todo.”
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A torcida dos ‘caiçaras’ pelo competidor era nítida nas redes sociais. “Foi muito legal, porque a Cidade me abraçou. É um orgulho muito grande representar Santos. Acho que se o pessoal não tivesse abraçado a ideia eu ficaria muito mais triste de não ter ganho. O carinho da galera foi o maior prêmio”.
E a fama não para por aí. Raul relata como é ser uma “celebridade digital”. “Nunca tirei tanta foto na minha vida.”
Os próximos passos
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Quando questionado sobre as notícias contendo o nome do vencedor do MasterChef, ele conta que leu, mas não quis acreditar. “Não vou mentir que não li. Vi no sábado antes da final. Mas não quis acreditar, tudo podia acontecer. Fui confiante até o fim”.
No que depender de Raul, os escritórios de publicidade ficaram para trás. “Todos os trabalhos que eu vou começar a fazer são relacionados a gastronomia, então, a ideia é essa, me sustentar cozinhando”.
Perguntado sobre algum convite dos jurados, ele nega. “Se tivesse que escolher, eu gostaria de trabalhar com os três, mas a Paolla é a que tem mais a ver comigo assim. Essa questão do “menos é mais” que ela tem. Mas ainda sem propostas”.
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Sobre ser o segundo melhor chef de cozinha amador do Brasil, ele conta que é uma responsabilidade muito grande. “As pessoas que vinham comer nos eventos que fizemos, viravam para mim e falavam que a minha comida era incrível, eu fico muito feliz com isso”.
Ele afirma que se tivesse ganhado a competição, abriria um restaurante em sua cidade natal. “Minha maior vontade é voltar pra Santos, porque eu construí minha vida em São Paulo. Eu quero muito, mas ainda não tenho capital. O que eu tenho feito é evento de rua, feira gastronômica.”