Apesar de insuficiente, o novo mínimo terá o maior poder aquisitivo desde 2020 / Vlada Karpovich/Pexels
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O Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese) estima que a cesta básica de alimentos deverá custar R$ 850,00 neste mês, na média das capitais pesquisadas. Com isso, o novo salário mínimo em vigor desde 1º de janeiro será capaz de comprar 1,79 cesta básica.
Em outras palavras, o conjunto de alimentos e produtos de higiene necessários para abastecer uma família com quatro pessoas por dez dias custará 56% do no salário mínimo, fixado pelo Governo Federal em R$ 1.581,00.
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Apesar de insuficiente, o novo mínimo terá o maior poder aquisitivo desde 2020, quando era capaz de comprar 1,88 cesta básica.
O auge do poder de compra do salário mínimo foi nos dois últimos anos do governo do ex-presidente Michel Temer (2016/2018), após uma valorização contínua do piso salarial após a criação do Plano Real (1994).
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Essa escalada começou em 1996, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995/2002). Naquele ano, o mínimo comprava o equivalente a 1,14 cesta básica.
E o aumento real no salário, ou seja, acima da inflação, continuou nos dois primeiros mandatos de Lula (2003/2010) e durante o governo Dilma Roussef (2011/2016), ampliando o poder de compra dos mais pobres.
Mas, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro a política de valorização do piso salarial inverteu a tendência. Dados do Dieese apontam uma redução de aproximadamente 25% na capacidade de compra de alimentos por parte das classes C e D entre 2019 e 2022.
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No final do mandato de Bolsonaro, o salário mínimo comprava o equivalente a 1,59 cesta básica, o menor valor em 18 anos.
A política pública da cesta básica foi instituída pelo ex-presidente Getúlio Vargas em 1938, portanto, cinco anos antes da criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em 1º de maio de 1943.
Desde março do ano passado a lista de alimentos que integram a cesta foi alterada por decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, priorizando alimentos in natura.
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E a nova cesta básica tem alimentos de dez grupos diferentes, entre feijões (leguminosas); cereais; raízes e tubérculos; legumes e verduras; frutas; castanhas e nozes (oleaginosas); carnes e ovos; leites e queijos; açúcares, sal, óleo e gorduras; café, chá, mate e especiarias.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, o intuito com a nova cesta é evitar a ingestão de alimentos ultraprocessados, que, conforme apontam evidências científicas, aumentam a prevalência de doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, hipertensão e diversos tipos de câncer.