Cotidiano
Especialistas apontam o método como solução urbana inteligente e sustentável para lidar com enchentes e a drenagem da água da chuva
Praças secas são espaços públicos planejados para armazenar temporariamente grandes volumes de água da chuva / Divulgação
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Poucos minutos de chuva intensa são suficientes para gerar um caos nas ruas de Santos, no Litoral de São Paulo. Trânsito para, ruas enchem e os prejuízos começaram a aparecer. Assim aconteceu no último dia 19 de abril.
A cidade de Santos registrou um colapso urbano com alagamentos em diversos bairros, paralisação dos transportes públicos, suspensão do VLT, trânsito completamente travado, queda de árvores e semáforos desligados.
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O índice pluviométrico atingiu 99,6 mm no mesmo dia e, no domingo (20), o índice foi de 17,2 mm. Em 72 horas, o acumulado somou 118,0 mm e, durante este mês de abril, 283,1 mm.
Para especialistas consultados pela reportagem do Diário do Litoral, as praças secas são uma solução urbana inteligente e sustentável para lidar com enchentes e a drenagem da água da chuva. Elas funcionam como reservatórios temporários de água, mas visualmente se integram como uma praça comum no dia a dia.
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São espaços públicos planejados para armazenar temporariamente grandes volumes de água da chuva durante temporais, aliviando o sistema de drenagem convencional. Em períodos de seca, funcionam normalmente como locais de lazer, convivência ou áreas verdes.
As principais vantagens deste tipo de solução são a redução de alagamentos e o risco de crateras; ajudam a recarregar o lençol freático; melhoram o microclima e a qualidade do ar; oferecem áreas de lazer que permanecem úteis mesmo fora do período chuvoso; e exigem manutenção mais barata do que grandes obras de macrodrenagem.
Rebaixo no terreno: a praça é construída em um nível ligeiramente inferior ao das ruas ao redor, permitindo que a água "escoe" para lá.
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Pavimento permeável: usa materiais como concreto poroso ou pisos intertravados que facilitam a infiltração da água no solo.
Vegetação adaptada: plantas resistentes que ajudam na drenagem e purificação da água.
Bordas ou pequenas contenções: evitam o transbordamento e controlam a liberação da água para o sistema de escoamento.
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São Paulo: no bairro da Vila Itaim, a Prefeitura criou uma praça seca com capacidade para reter até 10 mil litros de água, reduzindo alagamentos recorrentes.
Curitiba: tem projetos semelhantes integrados a parques lineares com função de contenção.
Recife: investiu em áreas desse tipo como parte do plano de adaptação às mudanças climáticas.
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Se Santos aplicasse esse conceito, por exemplo, em áreas como a Zona Noroeste, poderia aliviar bastante o sistema de drenagem tradicional e ainda oferecer novos espaços de lazer e convivência para a população.