Programa Família Acolhedora / Carlos Nogueira/PMS
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Tem mais de 18 anos? Mora em Santos? Gostaria de ajudar crianças e adolescentes? Se respondeu sim a estas três perguntas, você preenche os requisitos iniciais para participar do Família Acolhedora, serviço de acolhimento da Secretaria de Desenvolvimento Social (Seds), da Prefeitura.
O programa consiste em receber casa, temporariamente, bebês, crianças e adolescentes (até 18 anos incompletos) afastados do núcleo familiar, por meio de determinação judicial, por estarem em situação de risco. Desta forma, evita-se que eles sejam levados a abrigos, reduzindo o impacto de uma institucionalização.
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Atualmente, o Município possui oito famílias cadastradas e capacita outras cinco para integrar o programa. A meta é chegar a, pelo menos, 20.
“Os benefícios para as crianças acolhidas são enormes. Elas têm o cuidado individual. Melhoram o desempenho na escola e em atividades esportivas. Por isso, estamos fazendo um trabalho para que as crianças maiores também sejam mais acolhidas pelas famílias”, explica a psicóloga da Seds, Biancha Meneguim Pereira Bordinhon.
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REQUISITOS
Não há exigências referentes a estado civil ou a gênero nem sobre renda familiar para participar do programa. Só que existem alguns requisitos importantes, como ter disponibilidade de tempo e afeto para distribuir a crianças e adolescentes.
É preciso ainda estar bem de saúde física e mental, não ter antecedentes criminais nem fazer parte de lista de adoção, além de contar com uma rede de apoio.
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“Uma pessoa que mora sozinha pode ser família acolhedora desde que tenha uma rede de apoio, com alguém para contar. Porque, se acontece algo com ela, como ficará a criança? Então, precisa ter um respaldo”, informa Biancha.
MUITO AMOR
A dona de casa Edileuza Andrade, 53 anos, já recebeu em casa dois bebês e um grupo de três irmãos. Atualmente acolhe dois meninos, de 8 anos e 13 anos.
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A ideia de fazer parte do Família Acolhedora surgiu a partir de uma amiga que apresentou o programa. Com perfil agregador, Edileuza decidiu participar junto com as filhas Jeizza, 27 anos, e Fabiana, 21.
“Gosto muito de criança e minhas filhas também. A gente costumava ficar em casa com filhos de vizinhos ou conhecidos que tinham algum problema ou estavam doentes. Então, o programa combinava com a nossa família. Daí resolvemos abraçar a causa”, conta Edileuza.
Para ela, dar suporte a crianças e adolescentes que enfrentam problemas familiares é mais que um gesto de solidariedade, é um grande aprendizado. “É muito bom. Estou ajudando um pouquinho e, ao mesmo tempo, eles estão me ajudando, porque preenchem meu tempo com amor e carinho”.
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ACOLHIMENTO
Já a jornalista e pedagoga Camila Micheletti, 43 anos, viu um post nas redes sociais apresentando o Família Acolhedora. A partir daí, buscou mais informações, tirou dúvidas e se encantou pela iniciativa.
“No início eu tinha um pouco de falta de conhecimento. Achava que: como você vai dar um mundo encantado para a criança e depois vai tirá-lo? Depois entendi que a proposta é dar o acolhimento no momento em que a criança mais precisa”.
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Como pedagoga, ela explica que a primeira e segunda infâncias são os períodos mais importantes para uma pessoa. Tudo o que for construído neste momento ficará para a vida toda.
Depois de cumprir as etapas e ser aprovada pelo grupo gestor do programa, Camila está na expectativa para acolher a primeira criança. Tanto que começou a pintar o quarto para deixar tudo pronto para o que considera um grande momento.
“Já pensei em adoção, mas percebi que eu mudaria a vida de uma criança. Com a Família Acolhedora, posso impactar positivamente a vida de muitas crianças”.
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ETAPAS
Em média, o processo de cadastramento do programa dura três meses. O interessado deve ligar para a Seção Família Acolhedora (telefone 3251-9333) e agendar uma entrevista para análise de perfil.
Depois, será feita uma visita à casa do candidato para conhecer os familiares e confirmar se todos estão de acordo em acolher a criança ou adolescente.
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Os candidatos aprovados pelo grupo gestor do programa realizam oficinas, com seis módulos, em média, que visam repassar orientações sobre cuidados com os acolhidos e os serviços municipais disponíveis para as crianças e adolescentes.
Os candidatos devem apresentar documentos como RG, CPF, antecedentes criminais, atestado de saúde física e mental do casal, por exemplo. Todo o processo é acompanhado pelo Poder Judiciário.
A Família Acolhedora recebe R$ 1.151,00 para auxiliar nas despesas da criança. O tempo de acolhimento dependerá do processo judicial de acolhimento da criança. No final do prazo, se houver condições, eles retornam à família de origem; caso contrário, seguirão para a adoção.
“O vínculo familiar é muito importante. A nossa intenção é de que as crianças retornem às suas famílias de origem desde que os pais ou parentes estejam em uma dinâmica familiar saudável. O acolhimento é um tempo para que os familiares estejam prontos para recebê-los de volta”, explica a psicóloga Biancha.
Critérios para participar
• Morar em Santos
• Ter mais de 18 anos
• Possuir disponibilidade de tempo
• Dedicação e afeto com crianças e adolescentes
• Não estar incluído no Sistema Nacional de Adoção
• Não ter antecedentes criminais
• Estar em condições físicas e psicológicas
• Todos os membros da família precisam aceitar o acolhimento.
Contato
Endereço: Avenida Dino Bueno, 16, Ponta da Praia
Telefone: 3251-9333
Atendimento: de segunda a sexta, das 9h às 17h
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