Cotidiano

Rússia quer conhecer sistema montado para defesa do turista consumidor na Copa

O Brasil vai apresentar aos russos detalhes do esquema de integração montado pelos órgãos de defesa do consumidor

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 02/07/2014 às 20:17

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O Brasil vai apresentar à Rússia detalhes do esquema de integração montado pelos órgãos de defesa do consumidor para atendimento do turista consumidor durante a Copa do Mundo. Segundo a secretária nacional do Consumidor, Juliana Pereira da Silva, como será sede do próximo Mundial, em 2018, a Rússia quer saber como o Brasil se organizou para fazer o atendimento a esse tipo de turista.

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“Tem que pensar na multiplicidade cultural dos turistas que serão recebidos”, disse Juliana, em entrevista no Centro Aberto de Mídia, no Forte de Copacabana. Ela destacou que os dois países têm em comum um território grande e um idioma “peculiar”. “Aqui neste continente [América do Sul], só nós falamos português. Lá, se fala russo. Até isso a gente discutiu."

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Juliana ressaltou que o turista que vem para o Mundial é muito especializado. "A Copa tem dois grandes públicos: os turistas que adoram a Copa e vão acompanhá-la em qualquer lugar e os turistas executivos, os grandes patrocinadores, os organizadores, a mídia internacional. Todo esse legado brasileiro os russos pediram para compartilhar com eles.”

A discussão do tema Proteção do Consumidor Turista interessa ao Brasil e, por isso, o governo brasileiro apresentou, em abril, durante conferência, em Haia, na Holanda, uma proposta sobre o assunto e mostrou o quanto o turista de hoje é global. Depois da conferência, o Brasil recebeu o convite do governo russo. Juliana Pereira informou que o governo brasileiro já está desenvolvendo esse tipo de debate com a China e com outros países da América Latina. “Por isso, o nosso legado aqui vai ser compartilhado com outros países.”

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Na entrevista, a secretária avalou o funcionamento do esquema de atendimento ao turista consumidor, que começou a ser estruturado com os Procons estaduais 15 meses antes da Copa, mas o balanço só vai ser divulgado após o fim do Mundial.

Juliana citou dois casos que, segundo ela, foram resolvidos em pouco tempo, graças à integração dos órgãos envolvidos no planejamento. O primeiro envolveu turistas da Colômbia que contrataram a Tesoro Tours, empresa colombiana credenciada pela Fifa. Em Mato Grosso, a questão ficou emblemática porque a empresa pagou por um número menor de vagas que o de turistas e cerca de 250 não tinham onde ficar. A situação foi normalizada após entendimento entre a empresa e a Fifa. “A informação que nós temos, até o momento, é que há um consórcio entre a própria agência e a Fifa, pagando todos os hotéis para que os turistas sejam bem assistidos”, disse a secretária.

O outro problema foi com torcedores mexicanos que contrataram um voo charter com a empresa norte-americana Dinamics, mas ficaram retidos no aeroporto do Recife. “Era uma agência de serviços que estava irregular no Brasil. Mesmo assim, todo trabalho foi feito para sanar o problema”, ressaltou Juliana. De acordo com ela, nos dois casos, foram acionados os órgãos de defesa dos dois países, que atuaram em conjunto com os correspondentes brasileiros.

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Apesar de ainda não ter o fechamento do número de atendimentos feitos pelos esquemas de defesa do consumidor desde o início da Copa, a secretária disse que a maioria eram pedidos de informações sobre retirada de ingressos, acessibilidade e deslocamento dos estádios e das arenas.

A secretária comentou ainda que o aumento do preço das diárias de hotéis verificado antes do início do torneio acabou se revertendo. De acordo com ela, com a especulação, pediu-se à rede hoteleira que apresentasse notas fiscais referentes aos períodos de alta temporada. “A partir das notificações, de maneira inteligente, o setor hoteleiro começou a recuar um pouco da especulação do período pré-Copa."

Juliana Pereira acrescentou que foram abertas averiguações e que alguns casos ainda estão sendo investigados pela secretaria. "O hotel em que ficar comprovado aumento de preços do além do razoável, do ponto de vista econômico, pode ser autuado”, explicou a secretária. Segundo ela, diminuiu o número de reclamações sobre esse tipo de abuso e começaram a surgir promoções em algumas cidades, por causa da baixa taxa de ocupação hoteleira, com o cancelamento de eventos executivos.

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