Cotidiano
Retomada do ramal para uso misto, de cargas e passageiros, foi considerada viável pela Associação de Engenheiros e Arquitetos de Metrô
Último trem de passageiros trafegou na região em 1997, segundo o MPF / Wanderley Duck/MPF
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A deputada federal Rosana Valle (PSB) oficiou ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, pedindo a utilização dos R$ 300 milhões de indenização que a Rumo terá que pagar ao Governo Federal, pela devolução sem uso do Ramal Ferroviário Cajati-Santos, para que sejam feitos estudos e o projeto de reativação dos 232 quilômetros da linha férrea, beneficiando assim o Vale do Ribeira, Litoral Sul e Baixada Santista.
A retomada do ramal para uso misto, de cargas e passageiros, foi considerada viável pela Associação de Engenheiros e Arquitetos de Metrô, cujos técnicos defenderam a concessão de todo o ramal, ou de trechos, a ser explorado por uma Parceria Pública Privada (PPP).
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O ramal, que remonta a 1915, e já teve linhas de cargas e passageiros com grande utilização, não foi incluído na Malha Ferroviária Paulista, concedida à Rumo, tendo que ser devolvido ao Governo Federal.
A deputada propõe um estudo de viabilidade técnica e econômica, com a utilização de parte destes recursos, e ressalta que empresários do Vale do Ribeira, Litoral Sul e até da Baixada, têm interesse em usar o ramal. Ela recebeu informações nesse sentido de especialistas e o irmão do presidente Bolsonaro, Renato Bolsonaro, que mora em Miracatu, se tornou um entusiasta do projeto, que, inclusive, já recebeu parecer favorável do ministro Tarcisio Freitas.
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Rosana deverá realizar uma reunião com o ministro, em vídeoconferência, nos próximos dias, para tratar do assunto. “Além do serviço de cargas, o ramal tem potencial de uso para o transporte público e também turístico, como aconteceu na época do antigo Expresso Ouro Branco, que marcou gerações que visitaram o Litoral Sul e o Vale. Trata-se de tema de grande importância para o País, cuja iniciativa pioneira de reativação de um ramal ferroviário certamente seria um exemplo para o Brasil”, afirmou.
A deputada lembrou que seu pedido reveste-se de urgência por conta da contingência de empenhar este recurso ainda neste exercício. Os técnicos que se reuniram com a deputada defendem o uso de locomotivas à diesel, argumentando que o sistema elétrico é muito caro, complexo, e inviabilizaria a retomada.
Quanto ao modelo de reativação, os técnicos defendem uma proposta abrangente, que inclua todos os interessados, Governo Federal, as prefeituras, a iniciativa privada, incluindo a própria Rumo e as empresas que operam o transporte público intermunicipal e municipal nas cidades. Isso para que seja estabelecida uma integração do ramal com todo o sistema de mobilidade regional.
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