Cotidiano

Rio de Janeiro é o estado com maior casos de tuberculose no Brasil

De acordo com dados preliminares da Secretaria de Estado de Saúde, em 2012, foram registrados 14.039 casos da doença

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 11/08/2013 às 11:04

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O Rio de Janeiro é o estado com maior incidência de tuberculose, doença causada por uma bactéria (bacilo de Koch), que atinge em grande parte a faixa etária entre 20 a 29 anos. De acordo com dados preliminares da Secretaria de Estado de Saúde, em 2012, foram registrados 14.039 casos da doença no estado, que representam cerca de 15% do total do país. Mais da metade (52,94%) foram na capital fluminense, onde 7.433 pessoas contraíram tuberculose. A região metropolitana 1, que inclui também 11 municípios da Baixada Fluminense foi a que anotou mais números de casos (10.964) representando 78,09% do total do estado.

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O superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da secretaria, Alexandre Chieppe, explicou que a tuberculose é uma doença muito relacionada à alta densidade populacional e afeta grandes centros urbanos do país. Ele disse que o Rio de Janeiro é um estado que tem adensamento populacional na região metropolitana, com uma grande quantidade de pessoas morando em pequeno espaço. “Isso facilita muito a ocorrência de doenças respiratórias, entre elas a tuberculose, um grande desafio de saúde pública. Aqui, na cidade do Rio de Janeiro, é onde temos a maior incidência no estado. Este é um desafio que tem que ser enfrentado agora e é urgente, tendo em vista estes números alarmantes”, ressaltou.

Embora os números sejam preocupantes, o superintendente acrescentou que a incidência da doença vem apresentando queda significativa nos últimos dez anos. Apesar disso, é preciso acelerar a redução da tuberculose no estado. “A incidência de tuberculose vem caindo, a mortalidade também, mas entendemos ser preciso um esforço conjunto: unir secretarias como a de habitação, unir outros setores da máquina pública, chamar a sociedade para um debate. É preciso aumentar a velocidade das quedas desses indicadores. Há muita gente ainda contraindo tuberculose, o número de óbitos ainda é elevado. É preciso um esforço adicional neste momento”, alertou.

O Rio de Janeiro é o estado com maior incidência de tuberculose (Foto: Divulgação)

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Para o superintendente, o preconceito é uma grande barreira no tratamento da doença. Ele explicou que ainda há desinformação sobre o diagnóstico e muita gente não entende que a tuberculose tem cura, desde que o tratamento seja feito até o fim. “As pessoas ainda acham que a tuberculose não existe mais ou que existe para poucas pessoas, o que não é verdade. E também existe preconceito com relação às pessoas que já tiveram tuberculose. Há desconhecimento das formas de transmissão. A pessoa depois que inicia o tratamento, também para de transmitir a doença. É importantíssimo combater o estigma da doença com informação. Este é um grande desafio. Outro desafio é que a tuberculose ainda afeta populações socialmente vulneráveis, o que faz com que a adesão ao tratamento seja complicada. Várias frentes precisam ser enfrentadas para que tenhamos a doença sob controle”, analisou.

Chieppe destacou que às vezes é difícil diagnosticar a doença porque ela tem sintomas parecidos com resfriados ou com pneumonia, mas ele chamou a atenção para um fato que pode, imediatamente, identificar a tuberculose: a tosse prolongada. “A tuberculose é uma doença que costuma apresentar sintomas muito específicos como febre baixa, geralmente, ao final do dia, mas a tosse persistente, que dura mais de 30 dias, é o principal alerta de sinal. Além disso, o cansaço que não é possível explicar por outras causas e emagrecimento sem causa aparente. Isso pode fazer a pessoa suspeitar de tuberculose", esclareceu.

O superintendente recomendou que ao suspeitar de sinais da doença a pessoa deve procurar qualquer serviço de saúde básico próximo à residência. “O tratamento e diagnóstico de tuberculose está descentralizado nas unidades de Saúde e não é preciso nem um hospital especializado para que seja feito o diagnóstico e o tratamento. Qualquer pessoa com tosse por mais de 30 dias deve procurar um serviço de saúde”, recomendou.

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