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Na última década, foi do Brasil que saiu a maior quantidade de cocaína apreendida no mundo. É o que mostra o Relatório Mundial sobre Drogas, divulgado nesta quarta-feira pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). O estudo considerou o período de 2001 a 2012. O dado reforça uma tendência que já se conhecia do País, de servir como corredor da droga produzida nos países andinos, mas aponta que ele provavelmente tem sido o preferido para esse fim.
"É mais fácil para os países andinos mandarem a droga por aqui do que pelo Pacífico. Temos uma fronteira imensa e uma movimentação de cargas e pessoas muito grande", diz Marco Antonio de Paula Santos, do Departamento de Investigações Sobre Narcóticos (Denarc).
As apreensões de cocaína na Colômbia - segunda no ranking de países de onde procede a cocaína apreendida no mundo, mas campeã no transporte marítimo - indicam que a "exportação" da droga via Atlântico pode ter ganhado destaque em relação à rota do Pacífico.
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Uma das explicações da mudança pode estar nos laços culturais e linguísticos que unem América do Sul a Portugal, Espanha e países lusófonos do continente africano.
Para Wálter Maierovitch, ex-secretário nacional de política sobre drogas, a cadeia de produção da cocaína explica a preferência pelo Brasil. "A folha de coca é dos países andinos, mas o processamento ocorre aqui."
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