Bárbara Covelo é graduada em Psicologia, mestra em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de SP e consultora da F. Zeinum. / NAIR BUENO/DL
Continua depois da publicidade
Curtir. Compartilhar. Postar. Nas redes sociais as ações são instantâneas. As informações surgem a todo momento. Porém, na vida real, as coisas não funcionam desta forma. É preciso tempo, paciência, esforço. E já é possível afirmar que a velocidade com que as coisas acontecem na web está impactando no cotidiano das pessoas. De ansiedade à agressividade, as pessoas acabam sendo influenciadas.
A psicóloga Bárbara Covelo explica que hoje há muito mais informação sendo veiculada e escassez na vivência do tempo. No mundo atual, onde tudo é colocado para ser feito para 'ontem', essas situações causam problemas.
Continua depois da publicidade
"Com tantos estímulos, as pessoas se sentem cobradas em captar o máximo de informação em menos tempo para produzir. Isso é muito estressante. Em relação a agressividade, também pode ser um efeito do estresse nos tempos atuais. Somos cada vez mais privados de momentos de bem-estar no cotidiano. Caso a pessoa não aguente quando seus desejos não são satisfeitos e tenha pouca capacidade de controle, situações desagradáveis podem vir a ter a agressividade como resposta", explica.
Ainda sobre agressividade, as redes sociais ainda permitem manifestações ofensivas.
Continua depois da publicidade
"Acredito que o que potencializa o comportamento agressivo nas redes sociais é estar protegido da reação imediata do outro, pela falta de contato físico. Isso dá coragem às pessoas a expressarem suas opiniões, que podem ser ofensivas. Talvez a frieza nas redes sociais também favoreça a falta de empatia com o outro", pondera Bárbara.
Voltando à ansiedade, temos hoje os sofrimentos psíquicos que também são originários das redes sociais. Eles se tornam mais comum a cada dia.
"O Feeling Of Missing Out, por exemplo, é o medo de ficar fora das redes sociais. São aquelas pessoas que não conseguem parar de olhar o celular repetidas vezes e acompanhar tudo o que as pessoas estão fazendo. Os sintomas mais comuns são angústia, mau humor e depressão".
Continua depois da publicidade
Mas como não trazer esses malefícios causados pelas redes sociais para a vida fora dela? Segundo a psicóloga, é bom observar-se para não virar escravo.
"Quando realmente estamos vivendo um momento, até esquecemos do celular. É interessante usar as redes sociais de forma produtiva, mas quando é observado traços obsessivos, ansiosos e depressivos em relação à elas é importante refletir para tentar se controlar. Em alguns casos, é necessário acompanhamento psicológico".