Cotidiano

Rebeldes da Síria dominam hospital em Alepo

O hospital fica próximo de uma cadeia pública, nos subúrbios da cidade, que os insurgentes tentam invadir há meses para liberar seus companheiros

Publicado em 21/12/2013 às 14:50

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Rebeldes sírios que lutam para derrubar o governo do ditador Bashar al-Assad tomaram nesta sexta-feira um hospital estratégico na cidade de Alepo, apesar de bombardeios intensos sofridos nos últimos dias. O hospital Kindi, que ocupa um prédio de cinco andares, fica próximo de uma cadeia pública, nos subúrbios da cidade, que os insurgentes tentam invadir há meses para liberar seus companheiros.

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Segundo o ativista Abu al-Hassan Marea, entre os rebeldes que tomaram o hospital estão grupos muçulmanos moderados e outros ligados à rede terrorista Al Qaeda. A informação foi confirmada pela organização rebelde Aleppo Media Center e o Observatório Sírio para Direitos Humanos. Pelos menos 35 insurgentes morreram no confronto para tomar o hospital. O número de soldados mortos não foi revelado.

Enquanto isso, as tropas de Assad continuam bombardeando redutos da oposição em Alepo. Pelo menos seis pessoas morreram vítimas desses ataques neste sábado. Na última semana, o número de mortos se aproxima de 100. A guerra civil na Síria, que já dura quase três anos, já deixou mais de 120 mil mortos e milhões de refugiados.

A escalada dos conflitos em Apelo ocorre antes de negociações de paz marcadas para o dia 22 de janeiro, na Suíça. Nesta sexta-feira o governo do Reino Unido informou que vai se juntar à missão internacional encarregada de eliminar o arsenal de armas químicas de Assad. Os britânicos concordaram em destruir 150 toneladas de dois produtos químicos em uma fábrica privada.

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Rebeldes sírios que lutam para derrubar o governo do ditador Bashar al-Assad tomaram nesta sexta-feira um hospital estratégico na cidade de Alepo (Foto: AMC/Associated Press/Estadão Conteúdo)

"É importante destacar que esses produtos não são armas químicas Eles só se tornam altamente tóxicos quando misturados para formar um agente que atua sobre o sistema nervoso", informou o Escritório de Relações Exteriores britânico.

Sob os termos do plano estabelecido pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), o arsenal de Assad, que está armazenado em 12 locais distintos, será todo reunido na cidade de Latakia. Para tanto, a Rússia forneceu caminhões blindados e outros equipamentos para ajudar no transporte e proteção desses materiais.

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Depois disso os produtos serão embarcados em navios dinamarqueses e noruegueses e enviados para um porto na Itália. De lá o arsenal será transferido para o navio MV Cape Ray, dos EUA, para destruição em alto mar. A embarcação terá um maquinário especial que vai neutralizar os agentes químicos, ao misturá-los com outros produtos e água quente.

A previsão é que a maior parte do arsenal tóxico seja retirada da Síria até o fim deste ano. Os produtos químicos usados para a fabricação de armas devem ser retirados até 5 de fevereiro. A exceção são cerca de 100 toneladas de isopropanol, que serão destruídos na própria Síria no dia 1º de março. Assim, a destruição completa deve acabar em 30 de junho, mas a própria Opaq já reconheceu que podem haver atrasos.

Médico

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O corpo do médico britânico Abbas Khan, de 32 anos, que teria sido assassinado pelas tropas de Assad, foi entregue neste sábado para a Cruz Vermelha. O cadáver foi transferido para Beirute, no Líbano, onde a embaixada britânica deve recebê-lo.

Segundo o deputado britânico George Galloway, que estava negociando a libertação de Khan com as autoridades sírias, o próprio Assad teria ordenado a soltura do médico. Assim, as circunstâncias da morte não estão claras. O vice-ministro de Relações Exteriores da Síria, Faisal Mekdad, afirmou que o prisioneiro se matou. "Ele tirou o pijama, amarrou na janela e cometeu suicídio", disse.

A versão é desmentida pelo irmão de Khan, Shah Nawaz, que disse que a hipótese de suicídio é "um total absurdo". Já Hugh Robertson, encarregado do Escritório de Relações Exteriores do Reino Unido no Oriente Médio, diz que o governo de Assad "matou um britânico que estava no país para ajudar as pessoas".

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O médico foi capturado pelas tropas governamentais em Alepo em novembro do ano passado. Segundo sua família, ele foi para a Síria em uma missão humanitária. Em carta, ele contou que era torturado pelos soldados. 

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