Cotidiano

Reajuste no transporte público motiva atos em São Paulo

O Movimento Passe Livre é contra o aumento das tarifas e este evento foi uma preparação para uma manifestação, que está programada para a próxima sexta-feira (9)

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 05/01/2015 às 22:56

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O Movimento Passe Livre (MPL) fez, na tarde de ontem (5), uma aula pública, embaixo do Viaduto do Chá, próximo à prefeitura de São Paulo, para discutir o aumento da tarifa dos transportes, que entra em vigor hoje (6). A organização é contra o aumento das tarifas e este evento foi uma preparação para uma manifestação, que está programada para a próxima sexta-feira (9) em frente ao Theatro Municipal, às 17h.

O movimento acredita que o passe livre somente para estudantes de baixa renda não traz mudanças profundas e que os empresários do transporte continuam beneficiados em detrimento da população. O MPL argumenta que a proposta de passe livre da prefeitura limita-se aos deslocamentos entre a casa e a escola, sem levar em consideração a formação que ocorre fora da sala de aula, e que o benefício atende a uma parte restrita dos usuários – os estudantes de baixa renda e de escolas públicas.

“Essa proposta não muda toda a questão do direito à cidade que está envolvida na questão da tarifa. Sabemos que não é só o direito à educação, mas sim todos os direitos que estão comprometidos enquanto houver tarifa”, diz o militante do movimento, Marcelo Hotimsky. A prefeitura disponibilizará 48 viagens ao mês para o estudante, o que não contempla a realidade da educação e da formação cultural, segundo o MPL. “Precisamos considerar que educação é mais do que ir e voltar da escola. Poder ter acesso a programas culturais, circular pela cidade também deveria ser considerado como parte da educação”, completou Hotimsky.

Um dos presentes na aula pública foi Lúcio Gregori, secretário municipal de Transportes de São Paulo na gestão de Luiza Erundina (1989-1992). Ele propôs o projeto da Tarifa Zero durante seu mandato, no qual o Orçamento público custearia todo o valor da passagem. “Você só desfruta da cidade se puder se deslocar. Quem mora na periferia tem sua capacidade limitada por causa do deslocamento. Para se movimentar, não pode ter catraca”, opinou sobre a necessidade do passe livre.

Protestos pararam São Paulo em 2013 (Foto: Fernando Neves/Estadão Conteúdo)

Paloma Moreira, estudante de um cursinho popular do extremo sul da cidade, falou durante o evento sobre suas dificuldades em relação ao transporte público, mesmo sendo beneficiada pela proposta de passe livre para estudantes de baixa renda.

Paloma poderá ir e voltar do cursinho sem pagar nada, porém disse que aos finais de semana não conseguirá visitar um centro cultural nem um museu com sua família, composta por seis pessoas. Mesmo que a entrada nos espaços seja gratuita, eles deixariam parte significativa da renda no transporte, segundo ela. “Uma cidade só existe para quem pode se movimentar por ela”, disse.

O preço do transporte coletivo – ônibus, metrô e trem – na cidade de São Paulo aumenta de R$ 3 para R$ 3,50. O custo da integração entre os sistemas de ônibus e sobre trilhos passará de R$ 4,65 para R$ 5,45. Em junho de 2013, quando foi anunciado o aumento das passagens na capital paulista, uma série de manifestações se espalhou pelo país, contra a elevação das tarifas.

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