Passarela da Agonia

Rampa não sai do papel e prejudica centena de ciclistas no litoral de SP; entenda

A rampa foi prometida pela Autoridade Portuária de Santos e já deveria estar sendo usada, pois havia sido aprovada pelo Condepasa

Carlos Ratton

Publicado em 02/09/2024 às 06:15

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A rampa foi prometida pela APS e já deveria estar sendo usada / Renan Louzada/Diário do Litoral

O Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Santos (Condepasa), a Prefeitura e a Autoridade Portuária de Santos (APS) estão, desde o ano passado, adiando o processo que permite a construção rampa de acesso de ciclistas, ao lado da conhecida Passarela da Agonia, que amenizaria o sofrimento de centenas de trabalhadores (as) de Santos e Guarujá, que atravessam o cais santista diariamente.   

A rampa foi prometida pela APS e já deveria estar sendo usada, pois havia sido aprovada pelo Condepasa em agosto do ano passado. Cobrada pelo Diário, a Autoridade informou agora o projeto teria voltado à Administração que, por sua vez, disse que, este ano, um novo processo com alterações foi apresentado ao Condepasa e estaria sendo novamente avaliado. 

O resultado não poderia ser outro: trabalhadores e trabalhadoras que usam bicicleta continuam sendo obrigados a usar a já conhecida Passarela da Agonia, nome batizado ao equipamento, construído ‘com pompa e circunstância’ e com a presença de inúmeras autoridades ao lado da Alfândega que, ao invés de facilitar e promover segurança, causa transtornos diários a usuários que fazem a travessia do cais sobre a Avenida Mário Covas (Perimetral), levando as pessoas a agonia diária.   

A Rumo, mesma empresa que construiu a Passarela da Agonia, em 2022, na margem direita do Porto de Santos, ao lado da Alfandega, para acesso às barcas para Vicente de Carvalho, é quem vai bancar a rampa. O presidente da APS, Anderson Pomini havia recebido a confirmação da Ferrovia Interna do Porto de Santos (FIPS) de que as obras iriam começar em setembro de 2023. Mas, até agora, nem ‘sombra’ da rampa. 

Para piorar, a Reportagem recebeu a informação extraoficial que a empresa contratada pela APS, que adotou ascensoristas 24 horas por dia para trabalhar nos dois elevadores da Passarela da Agonia, para que os equipamentos deixassem de ser depredados e o limite de pessoas e bicicleta fossem respeitados, terá o contrato encerrado em setembro. A APS não respondeu nada sobre essa questão.  

Inclinação 

Hoje, muitos ciclistas utilizam o elevador para entrar e sair da Passarela da Agonia. Isso por conta da inclinação das canaletas de condução das bicicletas, que ficam junto às escadas. Os ciclistas têm dificuldades de empurrá-las na subida e também de segurá-las na descida. Os elevadores, sem a presença de funcionários, também viram alvos de atos de vandalismo. A APS chegou a fazer reparos constantes nos elevadores. 

O processo 034935/2023, que trata da rampa de acesso à passarela, também foi avaliado pelo Órgão Técnico de Apoio, conforme manifestação favorável assinada pelo arquiteto Vanderlei Hassan.

O Diário do Litoral já publicou inúmeras reportagens sobre as deficiências operacionais da Passarela da Agonia que, quando inaugurada, gerou muita propaganda institucional e prestígio de autoridades municipais, estaduais e federais que, agora, não se sensibilizam com o martírio de cerca de 20 mil usuários.

A passagem deveria fazer parte de uma série de modernizações em andamento no Porto de Santos, que elevariam a segurança da comunidade junto ao aumento da eficiência operacional das ferrovias que atendem ao porto. 

Também deveria ir ao encontro às obras de revitalização do Centro Histórico, comandadas pela Prefeitura de Santos. No entanto, essas ‘nobres’ intenções já se tornaram esquecidas diante do esforço de milhares de pessoas que vivem se esforçando para subir e descer dezenas de degraus todos os dias, muitas vezes com bicicletas nas costas. 

Parceria

O projeto da Passarela da Agonia foi viabilizado por meio de uma parceria entre Prefeitura de Santos, a Santos Port Authority (SPA), atual Autoridade Portuária de Santos (APS) - e a companhia ferroviária e de logística Rumo, que realizou a doação da obra, com investimentos estimados em cerca de R$ 20 milhões. 
No entanto, o elevador, com capacidade para no máximo 12 pessoas por viagem, chegou a protagonizar brigas diárias entre usuários que não respeitam filas e, até, entram com bicicletas em seu interior. 

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