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Ao sair da balsa, em Guarujá, o carro da Reportagem entra no bairro Santa Rosa. O cenário encontrado se repetiria ao longo de outras vias: buracos e vegetação alta nas sarjetas e canais. Enquanto os motoristas testam os amortecedores de seus veículos, moradores reclamam da ausência de serviços de zeladoria e conservação na Cidade.
“Vou buscar uns bodes no Norte para criar no Santa Rosa. Quem sabe assim fica limpo, já que a Prefeitura não vem tirar o mato”, disse um morador da Avenida Arthur Paixão.
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O canal da avenida onde ele mora está tomado por vegetação. O vizinho reclama: “Há muito tempo a gente não vê o pessoal da prefeitura por aqui. É um pedaço de asfalto e um buraco. Esse trecho ainda está bom. Se vocês forem mais para baixo vão ver coisa pior. A cidade está toda assim”, relatou o porteiro Mario Sergio Silva Gomes, que reside no local há mais de 20 anos.
Acolhendo a sugestão do morador, o Diário do Litoral percorreu outras ruas do bairro e a confirmação de seu relato foi surgindo. Ao parar no canal da Avenida Manoel da Cruz Michael, cuja situação está crítica, a Reportagem foi abordada pelo marinheiro Denis Arlecio de Souza. “A Cidade está difícil. A gente que é morador precisa fechar os burcaos com cascalhos e azulejos. Já perdi as contas de quantas vezes precisei mandar meu carro para o conserto por causa dos buracos. Mas não é só isso. Quando chove alaga tudo”, destacou.
O autônomo José Wanderlei Cizotti, que trabalha com serviços de carreto pela Cidade, disse que a situação é antiga, mas que piorou nos últimos anos. “É uma calamidade pública no Guarujá. Tudo cheio de mato. Tem criança que já ficou doente por causa da sujeira. Tem muito rato por aqui. Para fugir dos buracos às vezes a gente precisa andar na contramão”, afirmou.
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Mas a situação do Santa Rosa não difere de outros bairros. A Reportagem encontrou situação semelhante nas Astúrias, Santo Antônio, Vila Zilda, Vila Edna e Vicente de Carvalho.
Falta tudo
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Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Rodoviária, o casal Eduardo Antonio da Silva e Cristiane Fernanda dos Santos. Moradores do Morrinhos 4 e aguardavam do lado de fora da unidade de saúde o resultado de exames. Segundo eles, no bairro onde residem ‘falta tudo’.
“O Morrinhos 4 está abandonado. Colocaram uns canos de esgoto e nunca mais voltaram lá para fazer o serviço. Cada morador se vira com o seu esgoto. As ruas não são asfaltadas só tem lama e lixo”, disse Cristiane.
A dona de casa relatou que o bairro não conta com serviço de Correios e que as correspondências precisam ser retiradas em Vicente de Carvalho. “Tinha caixa comunitária, mas tiraram. A gente tem que buscar em Vicente de Carvalho as cartas. O carteiro não passa lá. Disseram que é por causa de segurança, mas quem sofre é a gente”.
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O ajudante geral destacou que, além da ausência de serviços no bairro, a falta de segurança na Cidade também preocupa. “A gente já convive com a sujeira e a lama, vive em um lugar que não tem esgoto e ainda está sujeito a perder pouco tem em um assalto”, disse Eduardo.
Resposta
A Prefeitura de Guarujá informou que os serviços de zeladoria são realizados de acordo com um cronograma pré-definido pelos Centros de Apoio Operacionais e que a Administração Municipal retornará aos pontos citados na matéria para verificar as demandas e atender tudo aquilo que for possível a curto, médio e longo prazo.
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Em nota, a Administração Municipal solicitou a colaboração dos munícipes para a manutenção dos serviços realizados. Disse que coleta de lixo é realizada regularmente e que o Município disponibiliza o caminhão Cata Coisa, que circula por toda Cidade recolhendo móveis velhos, eletrodomésticos em desuso e demais inservíveis.
O serviço tem um cronograma que é divulgado regularmente no Diário Oficial e no site da Prefeitura (www.guaruja.sp.gov.br), e atende cada bairro quinzenalmente. Os interessados em outras informações devem entrar em contato com o serviço pelo número 3383-5313.
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Placas anunciam obras em equipamentos turísticos
Três grandes placas de obras em equipamentos turísticos de Guarujá chamam a atenção. Os recursos são do Ministério do Turismo e os serviços são destinados a reurbanização dos mirantes da Galheta e da Campina e a revitalização da Praça Horácio Laffer. O início dos trabalhos remete ao mês passado, no entanto, a Reportagem não encontrou operários ou máquinas nos locais.
Segundo a Prefeitura, as obras nos mirantes, localizados entre as praias da Enseada e Pitangueiras, Astúrias e Tombo, respectivamente, os Morros da Campina (Maluf) e Galhetas começaram a ganhar infraestrutura turística desde o último mês. Ainda de acordo com a Administração Municipal, as novas estruturas turísticas do Município permitirão que os moradores e visitantes aproveitem a vista das praias centrais de Guarujá com conforto, segurança e acessibilidade, e as características ambientais de cada um dos morros serão preservadas.
A Prefeitura de Guarujá ressaltou que os Mirantes dos Morros da Campina e das Galhetas receberão base e passeios feitos em concreto, pisos revestidos, corrimões para rampas e escadas, acessibilidade, guarda-corpos e completo paisagismo. Os mirantes das Galhetas e Campina ainda terão iluminação, para-raios e museu de rua compostos por painéis geográficos, histórico e cronológico de Guarujá.
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