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Para o presidente da Associação Brasileira de Ciclistas (ABC), Jessé Félix, Santos tem a malha cicloviária mais eficiente da Baixada Santista. No entanto, a Cidade não tem a maior quilometragem em ciclovias e ciclofaixas da Região. Com 37,2 quilômetros, o Município ainda fica atrás de Guarujá e Praia Grande.
“De todas as cidades, Santos é a que tem o sistema mais inteligente com ciclovias horizontais e verticais, levando os ciclistas dos bairros para as grandes vias. Sem falar do sistema de bicicletas públicas, que é referência no Estado”, explica o presidente da ABC.
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Mesmo com toda a eficiência mencionada por Félix, alguns trechos do sistema santista ainda deixam a desejar. Assim como já noticiado pelo Diário do Litoral, Santos precisa dar mais atenção às ciclovias da Zona Noroeste. “Este ainda é o principal problema na Cidade. As obras cicloviárias naquela região precisam ser finalizadas”, comenta o presidente da ABC.
Os problemas no trecho de ciclovia da Avenida Nossa Senhora de Fátima são variados. Obras inacabadas, partes da via sem asfalto, buracos, alagamentos e falta de sinalização. As obras foram paralisadas em 2013 devido às futuras intervenções que serão realizadas na entrada da Cidade. A licitação para a primeira fase das obras que vão remodelar a entrada de Santos foi lançada e os trabalhos devem ser iniciados no primeiro semestre de 2016.
Outro trecho, verificado pela Reportagem, e que gera uma série de reclamações dos moradores é a obra, também inacabada, do Canal 4, no Macuco. “Eu não sei o que eles estão fazendo aqui, mas essas obras estão paradas há tempos. Agora eles inventaram esta passarela no meio do canal, mas não terminam. Está tudo jogado ai”, explica Elizabel Nunes, que mora no bairro há 16 anos.
O trecho do Canal 4 entre a avenida portuária e a Avenida Afonso Pena tem vários pontos de obras abandonadas. Buracos com mato crescendo e faixas de interdição rasgadas. A via da ciclovia proposta já pode ser vista e até utilizada pelos ciclistas, mas a falta de sinalização não lhe dá o devido reconhecimento. Os ciclistas ainda andam pela rua, ao invés de andar pelo projeto de ciclovia.
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“Ninguém sabe o que eles estão fazendo aqui. Você sabe me dizer?”, questiona Patrícia Espinosa, outra moradora do bairro. Ao saber que as obras se tratam de uma ciclovia, ela completa: “Alguém precisa avisar para os moradores. Porque eu achava que ainda era calçada. Não sabia que era ciclovia. E como vai andar de bicicleta ali se nem acabou ainda, tá cheia de buracos”.
As problemáticas encontradas no Macuco e na Zona Noroeste são bem diferentes de outros trechos do sistema cicloviário santista como a Orla da praia, que não apresenta problemas. Assim também como as ciclovias das avenidas Ana Costa e Francisco Glicério/Afonso Pena. Estas últimas são mais antigas e já estão precisando de manutenção no que se refere à pintura da via e deterioração de alguns trechos. Na da Francisco Glicério, por exemplo, em tempos chuvosos, os ciclistas enfrentam trechos cobertos pela água.
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Prefeitura
Segundo a Prefeitura de Santos, as obras no Canal 4 serão concluídas no primeiro semestre do próximo ano. Explica ainda que a implantação da ciclovia inclui a reforma e construção de 17 passarelas de pedestres, estruturas antigas e deterioradas. “As novas pontes vão diminuir a distância entre as passarelas, proporcionando conforto na travessia de pedestres. Ao mesmo tempo, evitarão que bicicletas aguardando para a travessia nas esquinas atrapalhem os pedestres nas mesmas condições”, explica.
Sobre as questões da Zona Noroeste, a Prefeitura informa que cinco ciclovias estão em construção na região. São as pistas das avenidas Jovino de Mello e Eleonor Roosevelt, com prazo de execução de um ano e meio; da Av. Afonso Schimidt e Rua Aprovada, obras que serão concluídas em seis meses; e do entorno do Jardim Botânico Chico Mendes - a pista está pronta, faltam serviços complementares porque a obra inclui outras melhorias nos arredores.
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Sobre os problemas apontados nas ciclovias das avenidas Francisco Glicério e Orla da Praia, a Prefeitura confirmou a necessidade de reparos.
Na Francisco Glicério, em trecho próximo a Avenida Conselheiro Nébias, a Secretaria de Serviços Públicos informou que a manutenção do local vai ter início no próximo dia 4 de novembro.
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Na Orla, a Prefeitura está reurbanizando a ciclovia. O primeiro trecho, 600 metros de pista do Emissário Submarino até o canal 1, já foi finalizado. Atualmente os serviços estão concentrados entre os canais 5 e 6. Este trecho foi escolhido para coincidir com a obra da Sabesp. Executada por intervalos, a obra evita grande impacto para quem utiliza a ciclovia.
“A pavimentação asfáltica será substituída por concreto pigmentado, reduzindo a periodicidade de manutenção. A reforma inclui sistema especial de drenagem e cabeamento de dutos para embutimento da iluminação da orla e ainda atualização do projeto original às normas de acessibilidade vigentes nos dias atuais”, complementa a Administração. A reurbanização da ciclovia da orla é um investimento de R$ 5 milhões, recursos do governo estadual, por meio do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias (Dade). A estimativa é que os serviços sejam concluídos no primeiro semestre do próximo ano.
Malha
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Santos, em 2008, tinha 13,8 quilômetros de ciclovia. Em 2012, este número foi mais que duplicado e a malha cicloviária santista passou a ter 33,4 quilômetros. Até este ano, mais 3,8 quilômetros foram construídos. Até o final de 2016, a Prefeitura pretende entregar mais 10,4 quilômetros que já estão em construção.
A Prefeitura prevê a implantação de mais 19,5 quilômetros de malha cicloviária para o próximo ano. 53% já estão em construção: 2.750 metros na Avenida Siqueira Campos (canal 4), 1.950 metros na Avenida Almirante Cochrane (canal 5), 1.550 metros na Avenida Jovino de Melo, 780 metros na Avenida Eleonor Roosevelt, 820 metros na Avenida Afonso Schimidt, 1.200 metros na Rua Aprovada, 1.350 metros no entorno do Jardim Botânico Chico Mendes.
A Prefeitura tem mais 9,1 quilômetros em projeto para seis trechos: 500 metros na Avenida Rangel Pestana, 1.000 metros na Avenida Campos Salles, 850 metros no Jabaquara, 1.550 na Avenida Nossa Senhora de Fátima, 1.800 metros na Avenida Silva Jardim e 3.400 metros na interligação Zona Leste e Zona Noroeste (via túnel).
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Segundo dados da CET-Santos, cerca de dois mil ciclistas provenientes do Guarujá entram na pista nas proximidades do canal 6 toda manhã, no horário de pico e retornam no fim do dia. Outros dois mil, vindos de São Vicente, fazem o percurso a partir do Emissário, diariamente. Sendo assim, são cerca de oito mil viagens de ciclistas provenientes de outras cidades, por dia na cidade de Santos.
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