Praia do Centro, em Mongaguá, é a segunda mais poluída por microplásticos do Brasil / Nair Bueno/DL
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Um estudo inédito conduzido pela ONG Sea Shepherd Brasil, em parceria com o Instituto Oceanográfico da USP, revelou um panorama alarmante da poluição por microplásticos nas praias brasileiras.
A pesquisa, intitulada "Raio-X dos Resíduos da Costa Brasileira", analisou 306 praias ao longo de 7.000 km de litoral, abrangendo 201 municípios. Os resultados indicam que 97% das praias apresentam microplásticos, com uma média nacional de 4,5 fragmentos por metro quadrado.
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A seguir, destacamos as cinco praias com maior concentração de microplásticos, conforme os dados do estudo.
Localizada no sul de Florianópolis, esta praia lidera o ranking nacional de poluição por microplásticos, com impressionantes 144 fragmentos por metro quadrado. Além disso, foram encontrados 17 macrorresíduos por metro quadrado, evidenciando a gravidade da contaminação.
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Situada na Baixada Santista, a Praia do Centro apresenta uma densidade de 83 fragmentos de microplástico por metro quadrado. A região é conhecida por seu intenso fluxo turístico, especialmente durante a alta temporada, o que contribui para o acúmulo de resíduos.
Também em Florianópolis, a Praia do Rizzo registra cerca de 78 partículas de microplástico por metro quadrado. Apesar de menos frequentada, a praia sofre com a poluição, refletindo a abrangência do problema mesmo em áreas com menor atividade humana.
Famosa por sua vista para o Pão de Açúcar, a Praia de Botafogo enfrenta sérios desafios ambientais, com 55 fragmentos de microplástico por metro quadrado. Sua localização na Baía de Guanabara, uma área urbanizada e industrializada, contribui para os altos níveis de poluição.
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No litoral norte do Rio Grande do Sul, a Praia de Mariluz apresenta 51 fragmentos de microplástico por metro quadrado. Apesar de ser uma área menos urbanizada, a presença significativa de resíduos destaca a disseminação do problema ao longo de toda a costa brasileira.
O estudo revelou que 91% dos resíduos encontrados nas praias brasileiras são plásticos, sendo 61% de uso único, como embalagens descartáveis. Além disso, 1 em cada 12 itens coletados era filtro de cigarro.
No Litoral de São Paulo, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) também mede a poluição das praias. Este ano, outra praia foi apontada como mais suja e imprópria para banho.
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Em sua classificação anual, a Cetesb apontou que a Praia do Perequê, em Guarujá, é a mais poluída do Litoral de São Paulo. Em 52 análises semanais, apenas uma vez a praia não foi considerada imprópria.
Esses dados ressaltam a urgência de políticas públicas eficazes para a gestão de resíduos e a redução do consumo de plásticos descartáveis. A conscientização da população e o engajamento em práticas sustentáveis são fundamentais para preservar nossos ecossistemas marinhos e garantir um futuro mais limpo para as próximas gerações.