Cotidiano

Que comecem as homenagens: Professora leciona em casa de aluna com doença rara em Guarujá

Sexta-feira, 15 de outubro, Dia do Professor. Profissional fundamental na sociedade, e que pode se tornar mais que essencial na vida de seus alunos

Da Reportagem

Publicado em 12/10/2021 às 15:36

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Karina Alves Lima Souza, professora, 47 anos. / Divulgação/Prefeitura Municipal de Guarujá

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Sexta-feira, 15 de outubro, Dia do Professor. Profissional fundamental na sociedade, e que pode se tornar mais que essencial na vida de seus alunos. Em Guarujá, um belo exemplo dessa relação entre professor e aluno é a história da professora de educação especial da rede municipal de ensino, Karina Alves Lima Souza, 47 anos.

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De segunda a sexta-feira, por duas horas, ela se desloca até à casa da aluna Maria Clara Freire dos Santos. A pequena tem 9 anos e está matriculada no 3º ano da Escola Municipal Afonso Nunes (Parque Estuário), em Vicente de Carvalho, local onde estuda desde 2019.

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Clarinha, como é carinhosamente chamada, não pode ir à escola porque possui amiotrofia muscular espinhal (AME) tipo 1,– Síndrome de Werdnig-Hoffmam, doença que se caracteriza pela atrofia e fraqueza muscular progressiva, com comprometimento dos movimentos. Por este motivo, recebe atendimento domiciliar escolar especializado – serviço educacional desenvolvido na residência da aluna, que não pode participar das aulas nos espaços escolares, pelo impedimento físico que impossibilita sua permanência e frequência às aulas, como é o caso da Maria Clara.

No entanto, as limitações de Clarinha não a impedem de seguir aprendendo. Karina desenvolve aulas de leitura, contação de histórias, atividades artísticas e musicais, além de conteúdos temáticos, letramento, jogos e conhecimentos gerais. Sempre com auxílio de outra pessoa, a aluna também faz atividades manuais a exemplo da pintura, escrita, recortes e até colagens. “A Clarinha é uma criança que gosta de novidades. Demonstra ótima compreensão, boa audição e memorização e tem o raciocínio lógico aguçado”, conta a professora.

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Por não conseguir andar, falar ou se alimentar, sem o uso da sonda, a troca entre educadora e aluna é feita através de códigos. Ao dizer sim, Maria Clara pisca os olhinhos. Para uma resposta negativa, mantêm os dois olhos abertos. Quando demonstra insatisfação, volta o olhar para cima.

“Seus olhos são seus meios de comunicação, de lição, de força e também de expressão. Através deles, ela tem um mundo de possibilidades e descobertas. Eu que sou grata por ser sua professora e aprendo muito com ela todos os dias”, comenta Karina que já acompanha a aluna há três anos.

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A mãe de Maria Clara, a maquiadora Roberta da Silva Freire explica que se pudesse avaliar Karina, com certeza daria nota mil. “As aulas da Karina não são apenas educativas são mágicas”. Ainda conforme Roberta, o trabalho da educadora a enche de alegria, de esperança, além de mostrar o direito à educação. “Mesmo que, futuramente, ela não seja mais professora da Maria Clara, quero que ela continue nas nossas vidas, por ser uma pessoa especial. Seria maravilhoso se todas as crianças tivessem uma Karina em suas vidas”.

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