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A qualidade do ar na área industrial de Cubatão já iniciou o mês de agosto classificada entre ruim e muito ruim. Segundo os boletins divulgados diariamente pela Cetesb — órgão responsável pela medição de poluentes no Estado —, os índices de material particulado (MP10) emitido no ar começaram a piorar desde o último dia 26 de julho, chegando a atingir o nível péssimo no último dia 7 de agosto.
Cubatão é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a segunda cidade mais poluída do País, perdendo somente para a Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Ou seja, a mais poluída do Estado, à frente da Região Metropolitana de São Paulo. O Município lidera o ranking com média anual de 40 microgramas por metros cúbicos. O limite, segundo a OMS, é de 10 microgramas por metros cúbicos. O estudo foi realizado entre 2006 e 2011 e são os dados mais recentes divulgados sobre o assunto.
Segundo o boletim da Cetesb, as condições meteorológicas para a Cidade nas primeiras horas de hoje são desfavoráveis à dispersão dos poluentes: dióxido de enxofre, partículas inaláveis, partículas inaláveis finas, dióxido de nitrogênio, monóxido de carbono e ozônio. “A atuação de uma massa de ar estável provocará pouca nebulosidade, períodos de calmaria e ventos fracos e formação de inversão térmica próxima à superfície, situação esta que manterá a qualidade do ar predominantemente moderada, podendo atingir a qualidade ruim”, explica o sistema de qualidade do ar da companhia.
O boletim de qualidade do ar é emitido diariamente, onde é apresentado um resumo das condições da poluição atmosférica das 24 horas anteriores e uma previsão meteorológica das condições de dispersão dos poluentes para as 24 horas seguintes. A qualidade do ar em cada estação é determinada pelo poluente de pior situação. O estado de atenção é declarado quando as concentrações dos poluentes atmosféricos atingem a qualidade péssima e previsão das condições meteorológicas desfavoráveis à dispersão dos poluentes nas próximas 24 horas.
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A situação é ruim em todo o Estado. Um estudo realizado pelo Instituto Saúde e Sustentabilidade, com dados da Cetesb, revelou que todos os 29 municípios do Estado de São Paulo que possuem estação para medir a poluição atmosférica estão com os níveis de material particulado acima dos preconizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Após Cubatão estão Osasco, Araçatuba, Guarulhos, Paulínia, São Bernardo do Campo, Santos, São José do Rio Preto, São Caetano do Sul, Taboão da Serra e Mauá.
Cobrança
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Questionada pela Reportagem do DL, a Prefeitura de Cubatão informou, através da Secretaria de Meio Ambiente, que acompanha “atentamente a questão e está mantendo contatos com a Cetesb, responsável pela medição dos índices e pela fiscalização das fontes poluidoras, para que a empresa informe à população os motivos do problema e as medidas que está adotando para garantir que o ar atmosférico seja mantido dentro das melhores condições possíveis”.
Cubatão fez nas últimas décadas um grande esforço para reduzir ou eliminar as fontes de poluição no Polo Industrial. No entanto, os índices ainda crescem, principalmente com o tempo seco. “Deve-se notar que atualmente uma das principais causas da elevação dos índices de materiais particulados, em todo o mundo, é a circulação de veículos. Em cidades como a Capital paulista, isso é cada vez mais controlado por operações-rodízio e outras medidas restritivas à circulação de veículos. Em Cubatão, porém, o maior tráfego — e, portanto, a principal fonte de poluição veicular — ocorre em função das diversas rodovias que atravessam o município, e estas estão sob o controle estadual, não tendo o município qualquer jurisdição sobre elas”, comenta a Administração Municipal.
A Cetesb também foi contata pela Reportagem do DL para responder sobre o assunto. Até o fechamento desta edição, a companhia não se pronunciou sobre o crescimento dos índices.
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