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A decisão de cortar parte da ajuda militar ao Egito pôs o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em um novo cenário. A opinião pública o apoia e acredita que ele tem sido leniente com os generais do Cairo, segundo pesquisas. Mas, do outro lado, o fechamento parcial da torneira contraria interesses de aliados poderosos - israelenses, árabes e mesmo fabricantes de armas - e analistas alertam para seus "efeitos colaterais".
Na última quinta-feira (dia 10), os EUA suspenderam por tempo indeterminado a entrega de equipamento militar ultramoderno às Forças Armadas egípcias, como aviões de caça, helicópteros de ataque, tanques e mísseis, além do envio de US$ 580 milhões. Desde 1987, Washington fornece US$ 1,3 bilhão ao ano em armas e dinheiro para as forças do Egito, o quarto país na lista de beneficiários de ajuda militar americana.
Com o corte parcial, os EUA querem demonstrar sua reprovação à crescente violência do governo interino contra grupos islâmicos, sobretudo a Irmandade Muçulmana, do presidente deposto, Mohamed Morsi. A "punição" já vinha sendo discutida na Casa Branca desde o golpe contra Morsi, em julho, mas foi o assassinato de 50 manifestantes da Irmandade, no último fim de semana, que aparentemente convenceu Obama.
Uma pesquisa do Instituto Pew, de meados de agosto, revelou que apenas 26% dos americanos querem que os EUA continuem a prover o Egito com ajuda militar, enquanto quase o dobro - 51% - pedem o fim do auxílio com o objetivo de pressionar o Cairo. Metade dos americanos acha que Obama "não foi duro o suficiente" diante das violações contra manifestantes.
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