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Os protestos realizados no domingo contra a presidente Dilma Rousseff (PT) se concentraram em localidades onde o PT não foi bem votado. Essa é parte da avaliação feita pelo coordenador da Macrorregião do PT na Baixada Santista, Emerson Santos, sobre os atos que tomaram as principais cidades do País. “Foi forte em cidades como Santos e Ribeirão Preto”. Na Baixada Santista, cerca de 15 mil pessoas participaram dos protestos.
Mesmo na Capital paulista, onde a manifestação tomou conta da Avenida Paulista (e organizadores e a Polícia Militar falaram em um milhão de manifestantes), Emerson Santos entende que boa parte dos que foram às ruas foram eleitores de Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB) e, por isso, classificou os atos como “reflexos do processo eleitoral”.
O coordenador da Macrorregião diz que as manifestações não tinham uma pauta específica. “Foi um movimento difuso, concentrado na classe média alta. Na Bahia, praticamente não havia nenhum negro na manifestação”.
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Segundo ele, as palavras de ordem eram genéricas: “Contra a corrupção? Nós também somos”. Emerson Santos ainda questiona o fato de alguns políticos, citados em escândalos — como o senador Agripino Maia (DEM) e o deputado federal Jair Bolsonaro (PP/RJ) — terem participado dos atos.
Emerson Santos enaltece o fato de os governos do PT terem aprimorado os mecanismos de fiscalização e de combate à corrupção, “que estão funcionando no Brasil”.
A resposta dada pelos ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Miguel Rossetto (secretaria Geral da Presidência), no começo da noite de domingo, reflete, segundo o coordenador do PT, que o Governo está aberto ao diálogo. “Falar de impeachment, com dois meses de um segundo mandato, é algo ilegal”.
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Coros de ódio
Além do pedido de impeachment, muito citado nos protestos, Emerson Santos desaprova os coros incitando o ódio e o preconceito contra a mulher “e também os que pediram a volta da ditadura”. Especificamente aos que pediram intervenção militar, o representante do PT diz que a mídia “tem de rechaçar e não tolerar” esse tipo de pedido. “Não se pode fazer apologia a um sistema autoritário”.
Quanto a uma possível reedição dos protestos em abril, ele diz que se não houver uma pauta concreta dos atos, “os manifestantes vão se cansar”.
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