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Protestos irromperam no Cairo, capital do Egito, e deixaram oito mortos depois que um tribunal condenou à morte 21 torcedores e membros de clubes de futebol por causa de um confronto ocorrido na cidade de Port Said em fevereiro do ano passado. Naquela ocasião 74 pessoas morreram. O Cairo já vinha sendo palco de manifestações desde a quinta-feira, em razão do segundo aniversário do levante que derrubou o regime do então presidente Hosni Mubarak.
Quando o veredicto foi anunciado, parentes dos condenados tentaram invadir a prisão em Port Said, o que provocou fortes confrontos com as forças de segurança. Alguns manifestantes usaram armas automáticas contra a polícia, que respondeu com bombas de gás lacrimogêneo, segundo testemunhas.
De acordo com médicos, o total de mortos em Port Said já chegou a oito, mas ainda não está claro se esse número inclui dois policiais que haviam sido assassinados no começo do sábado. O general Ahmed Wasfi afirmou em um comunicado lido pela agência de notícias estatal MENA que tropas do exército estão sendo enviadas à cidade para tentar conter o tumulto.
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Apesar da forte reação negativa à decisão do tribunal, houve quem ficasse contente. Um homem que perdeu o filho no confronto de fevereiro passado comemorou: "Estou satisfeito como veredicto", disse. Outro homem, Hassan Mustafa, que carregava a foto de um amigo que também faleceu na ocasião, afirmou que queria "justiça para os que planejaram a matança".
Em fevereiro do ano passado torcedores do Al-Masry, de Port Said, e do Al-Ahly, do Cairo, entraram em confronto durante uma partida de futebol que se transformou em violentos protestos nos dias seguintes. Muitos egípcios acreditam que a violência foi orquestrada ou pela polícia ou por apoiadores do presidente deposto Hosni Mubarak.
O tribunal do Cairo enviou o veredicto para o mais alto clérigo do Egito em busca de uma opinião final, como é de costume no país, e marcou o dia 9 de março como a data para dar o veredicto sobre outros 52 acusados, incluindo policiais. Nas manifestações de ontem pelo segundo aniversário do levante no Egito, pelo menos nove pessoas morreram e 530 ficaram feridas. As informações são da Dow Jones.
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