Cotidiano

Protesto contra clínica de cães termina em confronto em São Paulo

Três veículos, entre eles uma viatura da Polícia Militar, foram incendiados, seis pessoas ficaram feridas por balas de borracha e quatro manifestantes foram presos

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 19/10/2013 às 16:57

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Terminou em confronto com a Polícia Militar um protesto de ativistas contra o uso de cães como cobaias em testes de medicamentos, neste sábado (19), em São Roque. Três veículos, entre eles uma viatura da Polícia Militar, foram incendiados, seis pessoas ficaram feridas por balas de borracha e quatro manifestantes foram presos por danos ao patrimônio. Mais uma vez, um grupo de Black blocs - militantes mascarados - tomou a frente da manifestação para provocar a polícia, que reagiu contra a multidão de manifestantes - cerca de mil pessoas, segundo a própria PM.

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A manifestação, convocada sobretudo pelas redes sociais, era de protesto contra Instituto Royal, organização que utiliza cães e outros animais para testar a toxicidade de medicamentos. Na sexta-feira, ativistas invadiram o instituto, retiraram 178 cães da raça beagle e depredaram as instalações. O novo protesto visava ao fechamento da unidade, já que não havia animais no local, mas o instituto obteve uma liminar de interdito proibitório, impedido que os manifestantes se aproximassem de seu portão. Por conta desse documento, assinado pelo juiz de São Roque, Fabio Calheiros do Nascimento, a PM bloqueou o acesso com viaturas e policiais do pelotão de choque local.

Representantes dos ativistas, entre eles o deputado estadual Feliciano Filho (PEN), negociavam a entrada de uma comissão quando integrantes mascarados dos Black blocs forçaram a passagem. Os policiais reagiram disparando tiros com balas de borracha e lançando bombas de efeito moral contra a multidão. Houve tumulto e correria.

Uma bomba estourou no pé do deputado. Muitas pessoas passaram mal. Em reação, os mascarados lançaram paus e pedras contra uma viatura da Polícia Militar e um carro de reportagem da TV Tem, afiliada da Rede Globo. Outro carro da emissora que estava numa viela foi arrastado para o meio da rodovia e também incendiado. As ações ocorreram a poucos metros dos policiais.

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Black blocs tomaram a frente da manifestação para provocar a polícia e incendiaram uma viatura (Foto: Alex Falcão/Futura Press)

A rodovia Raposo Tavares foi bloqueada na altura do km 56, no bairro Mailasqui, por uma extensão de um quilômetro. Longas filas de veículos se formaram dos dois lados. Os manifestantes voltavam a se organizar quanto a PM ganhou o reforço de um pelotão de choque da capital.

Em formação, os policiais avançaram pela rodovia lançando bombas e balas. Manifestantes e jornalistas foram tratados sem distinção. Uma repórter do jornal O Globo foi atingida no braço e ficou ferida. Ao ver os Black Blocs fugindo, uma senhora gritou. "Os de preto agora estão fugindo, porque vocês não mostram a cara agora?" Ambulâncias do serviço de Resgate dos Bombeiros e da concessionária da rodovia levaram pelo menos duas pessoas que passavam mal para o hospital de São Roque.

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A rodovia, fechada desde as 11h20, foi liberada às 14h40, quando já havia um grande congestionamento nos dois lados do bloqueio. Entre as quatro pessoas detidas e levadas para a Delegacia da Polícia Civil de São Roque estava o advogado André Zanargo, que atua em defesa dos ativistas. Policiais militares o acusaram de depredação, mas ele alegou que foi vítima e apresentou um ferimento produzido por bala de borracha.

Outras três pessoas foram presas sob a acusação de depredar viaturas da PM e Polícia Rodoviária. O delegado informou que, após o depoimentos, eles seriam liberados mediante pagamento de fiança.

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