Cotidiano

Jornalistas e manifestantes são detidos durante protesto contra a Copa em SP

Manifestação na região central da Capital contra realização do Mundial teve concentração na Praça da República. Trata-se do segundo ato marcado pelas redes sociais

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 22/02/2014 às 19:55

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Continua depois da publicidade

Com informações da Agência Estado e Agência Brasil

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

A manifestação contra os gastos com a Copa do Mundo reúne mil pessoas na Praça da República, no centro da capital paulista, informou a Polícia Militar (PM). Segundo a corporação, os manifestantes provocaram tumulto, depredaram agências bancárias e entraram em confronto com a polícia na Rua Coronel Xavier de Toledo. A Polícia Militar deteve cinco jornalistas  - três repórteres e dois fotógrafos. Um soldado aplicou uma gravata em um deles e o atirou no chão.

Os jornalistas estão enfileirados no chão da calçada da Rua Xavier de Toledo para serem levados presos em companhia de uma centena de manifestantes. Os PMs decidiram mantê-los presos mesmo depois de ele terem se identificado com documentos profissionais. Um ônibus da PM chegou ao lugar a fim de conduzir dos detidos.  A Polícia Militar faz uma barreira humana na rua para impedir as gravações dos jornalistas.

Na página do evento no Facebook, os organizadores criticam a forma como a Copa do Mundo ocorrerá no país. “Bilhões do nosso dinheiro público estão sendo gastos em estádios privados, milhares de famílias estão sendo removidas de suas casas e os investimentos em rodovias e transporte público encontram mais um motivo para servir à especulação imobiliária”.

Continua depois da publicidade

“Iremos às ruas pela educação pública estatal de qualidade, por 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação, por vagas para todos - da creche à universidade, por valorização dos professores”, diz o comunicado. Mais de 14 mil pessoas confirmaram presença no evento.

PM detém jornalistas e manifestantes (Foto: Epitácio Pessoa/Estadão Conteúdo)

Esse é o segundo protesto do ano contra a Copa, em São Paulo. O primeiro, há quase um mês, foi marcado pela violência. O protesto teve a participação do movimento Black Bloc, que entrou em confronto com a Tropa de Choque. Parte dos manifestantes ficou presa dentro de um hotel na Rua Augusta, quando tentava se refugiar das bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Um dos participantes, Fabrício Alves, de 22 anos, reagiu a uma abordagem da PM com um estilete, levando dois tiros, que atingiram o tórax e o pênis. Fabrício ficou 16 dias internado na Santa Casa.

Continua depois da publicidade

Hoje o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) intimou manifestantes suspeitos de práticas criminosas para prestarem depoimento. No Facebook, militantes divulgaram fotos das intimações. Os suspeitos foram convocados a prestar depoimento às 16h sobre crimes de dano e formação de quadrilha.

Na página da rede social, os manifestantes reclamaram, dizendo que a intimação para as 16h seria uma tentativa desleal de enfraquecer o ato, que foi marcado para as 17h. “A Polícia Civil, a mando de forças maiores, está intimando manifestantes a depor no mesmo dia e horário da manifestação contra Copa. Essa é a forma que eles encontraram de intimidar os ativistas. Não vamos nos calar diante dessa afronta”, dizem.

A Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que as oitivas fazem parte de uma série de depoimentos previamente agendados. Desde outubro, quando foi instaurado o inquérito para investigar os participantes de protestos, mais de 80 pessoas foram ouvidas.

Continua depois da publicidade

Mais lidas

Conteúdos Recomendados

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software