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Um dos promotores responsáveis pela detenção e recente condenação do líder opositor Leopoldo López a quase 14 anos de prisão por suposta incitação a protestos violentos fugiu da Venezuela e divulgou na noite desta sexta-feira (23) um vídeo prometendo revelar "toda a verdade" sobre supostas manipulação do caso pelo governo.
A reviravolta, que levou a defesa de López a exigir a anulação imediata da sentença, poderá incendiar a campanha para a eleição parlamentar de 6 de dezembro.
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"Decidi sair da Venezuela com a minha família em virtude da pressão que estavam exercendo o Executivo e meus superiores hierárquicos para que eu continuasse defendendo provas falsas com as quais se condenou o cidadão Leopoldo López", disse o promotor Franklin Neves em vídeo divulgado pelo site opositor "La Patilla".
Não está claro o paradeiro de Neves, mas sites locais afirmam que ele se encontra nos EUA sob proteção das autoridades locais. Correm versões, não confirmadas, de que ele teria levado consigo boa parte da documentação jurídica do caso López.
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"Quem me conhece sabe a angústia que eu vinha passando. Eu não conseguia dormir por causa da dor e da pressão para continuar com uma farsa", disse Neves, na primeira aparição após rumores de que teria fugido, veiculados desde quinta-feira (22).
Veículos de mídia governistas chegaram a divulgar que ele estava passando férias com a família na ilha caribenha de Aruba.
Neves previu que o governo de Nicolás Maduro irá fazer acusações falsas para desqualificar sua denúncia e convocou colegas magistrados a "perder o medo" e também se erguerem contra as supostas manipulações.
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"Se o promotor a quem o governo mandou prender Leopoldo diz que o processo é uma farsa, então isso deve bastar para libertá-lo imediatamente", disse à Folha de S.Paulo Roberto Marrero, advogado do opositor, que ainda não conversou com o cliente para definir os próximos passos.
Uma das figuras mais radicais da oposição ao chavismo, López foi preso em fevereiro de 2014 sob acusação de incitar estudantes a tomar as ruas para protestar contra o governo e semear o caos.
Os protestos da oposição deixaram um saldo de 43 mortos, entre manifestantes e funcionários do aparato de segurança do Estado.
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Em setembro, um tribunal de Caracas acatou recomendação dos promotores, entres eles Franklin Neves, e o condenou a 13 anos e nove meses de prisão pelos crimes de instigação pública (equivalente a incitação à violência), associação para delinquir (formação de quadrilha) e depredação de patrimônio.
Simpatizantes consideram López um preso político, enquanto governistas o enxergam como um agente da extrema-direita golpista a serviço dos interesses norte-americanos.
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