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As cerca de 180 crianças e adolescentes atendidos no Projeto Social Brasil Futuro talvez nem saibam, mas a entidade está em uma corrida contra o calendário para manter as atividades.
O projeto nasceu dentro da Associação Casa da Criança (Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, 120, Macuco) há quase quatro anos e, na última sexta-feira, a presidente Rosemeire da Silva Palmieri, recebeu um e-mail comunicando que a quadra usada pelo projeto social só estaria disponível para as crianças até o fim deste mês. Em novembro, o espaço vai estar alugado para uma empresa que gerencia estacionamento para turistas de cruzeiros marítimos.
No final da tarde de ontem, uma reunião entre a Casa da Criança e o Brasil Futuro decidiu que o projeto social não precisará mais deixar de usar a quadra em novembro. “Estamos estudando uma reestruturação de horários e datas”, assinalou o assistente da Direção de Patrimônio da Casa da Criança, Alex Pereira Cardoso de Souza.
Rosemeire conta que atualmente os alunos estão disputando quatro campeonatos de futebol de salão, em diversas categorias, na Baixada Santista. O Brasil Futuro conseguiu o registro no cartório em setembro, não conta com sede própria e está em fase de obtenção do registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).
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A presidente do projeto social tem histórico de atuação social há 15 anos, até que surgiu a oportunidade de ocupar a quadra da Casa da Criança há pouco mais de três anos. Com a Casa da Criança, Rosemeire mantém ligação de mais de 30 anos.
Com a expansão das aulas — a criançada não apenas joga futebol, mas aprende os fundamentos do esporte —, o Brasil Futuro passou a atender também crianças e adolescentes de outros bairros até da Zona Noroeste. “Começamos com 20 crianças, sempre atendendo o pessoal do Macuco, que é um bairro com carência de atividades esportivas. Chegamos a atender 250 crianças no ano passado. Todos os professores são voluntários”.
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Segundo Rosemeire, até o ano passado, graças ao grande número de atendimentos, o Brasil Futuro ocupava a quadra da Casa da Criança nas noites de segunda a sexta. “Mas este ano, começaram a pedir para não usar o espaço alegando que estavam alugando. Então, fomos perdendo as aulas”.
Não há contrato
Embora os responsáveis pelo projeto não contem com um contrato firmado com a Casa da Criança, acabaram assumindo a manutenção da quadra, cuidam da cantina do local e pagam as contas de luz. Recentemente foram feitos serviços como a troca do telhado e pintura.
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Como ninguém é remunerado e não há cobrança de qualquer taxa dos pais das crianças e adolescentes, os responsáveis fazem rifas e eventos para poder arcar com esses gastos.
Também são necessários os pagamentos das taxas de arbitragem, quando o Brasil Futuro participa de eventos da Liga Regional de Futebol de Salão do Litoral Paulista. “Quando participamos de campeonatos fora de Santos, os pais se cotizam para levar os garotos”.
No próximo dia 11, por exemplo, o Brasil Futuro estará representado com duas equipes em uma competição em Mongaguá. A presidente da entidade não sabe como vai poder treinar as equipes para esta competição.
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Antes de ser surpreendida pelo e-mail da Casa da Criança pedindo o fim do uso da quadra esportiva, o Brasil Futuro contava com um plano de expansão das atividades. A ideia era incluir aulas de capoeira e judô, além de oferecer cursos de corte e costura para as mães das crianças atendidas.
Pagamento do 13º
Após a reunião com representantes do projeto social, o assistente da Direção de Patrimônio da Casa da Criança, Alex Pereira Cardoso de Souza, reconheceu que a intenção da entidade em firmar parceira com empresa de estacionamento é conseguir verba para pagar o 13º salário dos funcionários. “Sabemos da importância do projeto e estamos buscando uma solução que contemple os dois lados”.
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A remodelação de horários e datas, explica Souza, tem como objetivo não prejudicar as crianças e adolescentes atendidas pelo projeto social.
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