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Grande parte dos detritos atirados no mar, em Santos, tem como destino o Canal do Estuário. Anualmente, por meio do programa Onda Limpa, a Prodesan retira 40 toneladas de lixo das águas do município.
Uma parcela do lixo encontrado no Estuário tem origem nas palafitas erguidas na área de mangue da cidade. Um projeto de lei, que visa impedir a ida desses dejetos para o mar aguarda por votação no Câmara santista.
Proposta pelo vereador Kenny Mendes (DEM), a iniciativa visa a implantação de ecobarreiras, que fariam a retenção dos detritos ainda no mangue.
Para Mendes, o projeto iria ocupar um vazio no sistema de limpeza de Santos. “Nós temos, na área das palafitas, uma falha na limpeza da cidade. A coleta do lixo das ruas é bem feita, existem leis para não sujar vias, temos uma força-tarefa nas praias com tratores e pessoal da limpeza. Existem catamarãs que recolhem os detritos flutuantes nas águas, mas na área do mangue fica um vazio. O caminhão de lixo não consegue entrar lá, o catamarã não entra porque é raso demais, ele ficaria atolado. Fica um vácuo na cidade”.
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O processo envolvendo a ecobarreira é simples. Estacas para sustentação das barreiras são presas no fundo do mangue. Na sequência, são instalados tambores, conectados uns aos outros, que ficam na superfície da água e possuem redes acopladas para reter os detritos. As ecobarreiras seriam posicionadas entre 8 e 12 metros das palafitas.
Kenny apresentou o projeto em março, mas ele ainda não entrou em votação. Ele já possui a verba para dar início ao programa. “Eu consegui, junto ao Ministério das Cidades, uma emenda de R$ 250 mil para esse projeto, mas ele precisa ser aprovado pela Prefeitura para ser implantado. Já estive em Brasília e tenho essa emenda apalavrada com o deputado federal Guilherme Mussi (PP-SP). Assim o projeto for aprovado, a emenda será liberada. Já tem essa verba comprometida”.
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A expectativa do vereador é que o projeto de lei entre em pauta até o fim do ano. Além de evitar que os detritos cheguem ao mar, a proposta também visa lucro para as comunidades. “A ideia é envolver ONG’s da cidade para elas coletarem os dejetos que ficam presos na barreira e reciclarem, gerando renda para a própria comunidade”.
De acordo com Mendes, a iniciativa foi bem aceita por líderes comunitários da região. Ele acredita que haverá uma redução de 50% na quantidade de lixo nas águas da cidade. “Nós garantiríamos o lado de Santos. Vale lembrar que existem palafitas em Guarujá e São Vicente. Se essas duas cidades, após o nosso exemplo, seguirem esse mesmo projeto, aí sim nós teríamos quase que 100%”.
Ideia veio do Rio de Janeiro
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Para escrever o projeto de lei, Kene baseou-se na iniciativa de despoluição da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. “Na realidade, foi algo que eu vi ano passado, durante a preparação para as Olimpíadas do Rio. Eu assisti a uma reportagem onde buscavam uma solução para despoluir a Baía de Guanabara e mostraram essas ecobarreiras. Eu pensei que seria o ideal para o nosso Estuário”.