Cotidiano

Projeto prevê aumento de até 45% no IPTU

De acordo com o planejamento da Prefeitura, 36% dos imóveis de São Paulo poderão sofrer um reajuste no imposto de 20% a 30%

Publicado em 02/10/2013 às 17:31

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Continua depois da publicidade

Em elaboração pela gestão Fernando Haddad (PT), a proposta de revisão da Planta Genérica de Valores (PGV), usada como base do cálculo do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), prevê aumento máximo de 45% para imóveis comerciais. O teto é superior ao proposto para construções residenciais e atinge 30% de todas as construções da capital, entre comércios, shoppings e serviços.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

De acordo com o planejamento da Prefeitura, 36% dos imóveis de São Paulo poderão sofrer um reajuste no imposto de 20% a 30%. A regra deverá ser usada tanto para uso residencial quanto comercial, atingindo cerca de 1 milhão de construções. A maior parte está em bairros de classe média e alta da capital, onde a valorização de mercado nos últimos quatro anos passou de 100%.

De acordo com levantamento feito pela Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) a pedido do Estado, áreas das zonas sul e oeste foram as mais atingidas. O Alto da Lapa, na zona oeste, teve valorização de 115%, em comparação realizada entre os biênios de 2008/2009 e 2011/2012. Logo atrás vêm Vila Gumercindo (80%) e Vila Mariana (76%), na zona sul, e Vila Guilherme (74%), na zona norte.

O projeto de lei, que chegará à Câmara Municipal até o próximo dia 15, divide o reajuste residencial em três faixas: a primeira sofrerá aumento de até 10%, a segunda chegará a 20% e a terceira, a 30%. No caso de construções de uso comercial, a expectativa do governo é de criar pelo menos mais uma, que alcance até 45% para prédios corporativos, segundo o padrão de acabamento das torres. As propostas terão de ser aprovadas pelos vereadores em plenário.

Continua depois da publicidade

De acordo com levantamento feito pela Embraesp a pedido do Estado, áreas das zonas sul e oeste foram as mais atingidas (Foto: Internet/Divulgação)

O aumento médio do imposto na cidade ficará em 24% - no caso de residências, será de 18%. Para compensar o ônus político, a Prefeitura promete reduzir o IPTU de 8% dos imóveis, atingindo cerca de 300 mil construções.

A Prefeitura estima que 2% dos isentos hoje deverão pagar IPTU em 2014. No entanto, o número total de isentos aumenta em cerca de 20 mil contribuintes, permanecendo em torno de um terço do total de 3 milhões de contribuintes.

Continua depois da publicidade

A redução ocorrerá até em áreas nobres, desde que tenham sido prejudicadas por algum processo de depreciação urbana. A instalação de pilares para a passagem de um monotrilho na frente de prédios residenciais, por exemplo, será levada em conta nesse cálculo. O monotrilho da zona sul afeta atualmente bairros como o Brooklin, o Campo Belo e o Jardim Aeroporto, na zona sul.

Além da obrigatoriedade legal, que estabelece a revisão da PGV neste ano, a Prefeitura usa a defasagem do valor venal dos imóveis para justificar a proposta de alta na taxa. O pagamento hoje é feito apenas sobre 30% do valor de mercado dos imóveis na cidade.

A pasta usa um apartamento de 114 m² localizado na Vila Mariana, zona sul, como exemplo. O valor venal do imóvel na Prefeitura é de R$ 121,4 mil, enquanto no mercado vale até R$ 639 mil. O mesmo ocorre no Tatuapé, onde um apartamento de 114 m² é comercializado por R$ 468 mil, mas tem valor venal de R$ 12,8 mil. O cálculo do IPTU é feito com base em uma conta que inclui valor venal, taxa de ocupação do terreno e área construída.

Continua depois da publicidade

Alíquota

A redução da alíquota usada para o cálculo do IPTU deverá ser proporcional, de acordo com as faixas atuais. A expectativa é reduzir 0,1% em cada uma delas. A regra valerá para residências e comércios. A variação passará a ser de 0,7 a 1,9%. Na prática, imóveis com valor venal de até R$ 150 mil, por exemplo, terão a alíquota reduzida de 0,8 para 0,7. As faixas também serão atualizadas.

O presidente do sindicato da habitação (Secovi), Claudio Bernardes, questiona a prática do IPTU progressivo. "Se você tem um imóvel que é 100% mais caro que outro, ele paga 100% a mais. Não me parece razoável um imóvel 100% mais caro pagar 300% mais imposto", diz. "Então, essa progressividade só se justifica como uma política urbanística, mas como justiça tributária não me parece razoável", completa. 

Continua depois da publicidade

Continua depois da publicidade

Mais lidas

Conteúdos Recomendados

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software