MISTÉRIO

Proibido para visitantes, Triângulo das Bermudas brasileiro tem 200 naufrágios

Conheça os mistérios deste cemitério de navios e saiba por que ele não pode receber turistas

Joe Silva

Publicado em 14/11/2022 às 16:07

Atualizado em 14/11/2022 às 16:21

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Assim como no Triângulo das Bermudas 'original', diversas embarcações foram para esta região e nunca mais voltaram / Leo Francini/SECOM-MA

Continua depois da publicidade

Um dos maiores cemitérios de navios do mundo fica no Brasil, e não é por acaso: a região é conhecida como o Triângulo das Bermudas devido às fortes correntes marítimas que já levaram mais de 200 embarcações a pique.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Esta área, localizada no litoral do estado do Maranhão, guarda muitas semelhanças com o Triângulo das Bermudas "original". Assim com o misterioso local, que fica no oceano Atlântico, entre Porto Rico e a Flórida, aqui também ocorrem tempestades com dimensões assustadoras.

Continua depois da publicidade

Leia Também

• Como evitar que o para-brisa do carro embace com truque simples

• No Litoral de SP, ilha tem visitação proibida e é um dos lugares mais perigosos do mundo

• Ilha das Cabras, no litoral norte, volta a ser pública e terá museu

Onde fica

A versão nacional dessa região enigmática recebeu o nome de Parque Estadual Marinho do Parcel de Manuel Luís e fica a 80 quilômetros da Ilha dos Lençóis, no litoral oeste do Maranhão. Veja a localização no mapa:

Continua depois da publicidade

Ao longo de décadas, centenas de embarcações que teriam ido para a região nunca mais voltaram, tendo sido encontradas submersas posteriormente. A grande quantidade de bancos corais e as fortíssimas correntes marítimas que passam pelo local são algumas das explicações para a frequência de acidentes no local.

De acordo com as estimativas oficiais, o Triângulo das Bermudas brasileiro já coleciona em sua história a marca de 200 naufrágios que teriam ocorrido nos mais de 45 mil hectares que o compõem.

Continua depois da publicidade

O que aumenta o risco de afundamento das embarcações é o fato de que esse parcel, como é chamada a formação dos bancos de areira e rochas, muitas vezes não é visível na superfície.

Naufrágios na região do Triângulo das Bermudas brasileiroRestos de embarcações naufragadas no Triângulo das Bermudas brasileiro. Foto: Leo Francini/SECOM-MA
 

O mergulhador paulistano, Fábio Borges, conhece bem esses perigos. "É uma região um pouco perigosa para navegar porque tem muitos cabeços de corais [rocha de corais sobrepostos] que não chegam a aflorar", descreveu ele para a coluna para Nossa Viagem, do Uol. Ele conta que, neste local, a grande oscilação da maré faz com que as correntes marinhas mudem de repente, o que pode explicar os acidentes.

Naufrágios

Continua depois da publicidade

O "Ana Cristina", é um dos naufrágios mais recentes ocorridos na misteriosa área. Com estado de conservação considerado ainda bom, este cargueiro afundou em 1984. "É um dos mais bonitos da região. Ele fica um pouco mais afastado dos cabeços, mas é um mergulho bem marcante", conta Fábio.

Outras embarcações gigantes como o Salinas, naufragado em 1904, West Point (1946) e o Ilha Grande (1962) também estão neste imenso cemitério marinho.

Fábio pondera ainda que, apesar do risco, uma visita à região acaba compensando pela riqueza da fauna local, principalmente pela presença do mero, um dos maiores peixes marinhos.

Continua depois da publicidade

Naufrágios na região do Triângulo das Bermudas brasileiro Mergulhador mostra naufrágios na região do Triângulo das Bermudas brasileiro. Foto: Leo Francini/SECOM-MA
 

Visitação proibida

O Triângulo das Bermudas Brasileiro não pode ser visitado por qualquer pessoa porque se trata de uma Unidade de Proteção Integral. Essa proibição tende a aumentar a fama das lendas e mistérios da área, mas, segundo o biólogo Helinton Moreira, é possível pedir uma autorização especial para acessar a região.

Ainda entre os muitos mistérios que podem ser melhor investigados neste cemitério de navios, estão oito naufrágios e um sítio arqueológico que "dependem de pesquisas de campo mais aprofundadas para localização".

Continua depois da publicidade

Arkley Marques Bandeira, oceanógrafo da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), opina que ainda há uma lacuna de informações sobre o parque, "apesar das medidas protetivas e do reconhecimento internacional sobre o seu potencial ambiental, cultural, histórico e arqueológico".

Continua depois da publicidade

Mais lidas

Conteúdos Recomendados

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software