Cotidiano

Professores iniciam greve no Rio de Janeiro

A rede municipal de Nilópolis também iniciou uma paralisação de 48 horas hoje, e a de Niterói marcou uma de 72 horas para amanhã

Publicado em 12/05/2014 às 15:29

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Continua depois da publicidade

O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) decidiu não comparecer amanhã (13) à audiência no Supremo Tribunal Federal (STF), marcada pelo ministro Luiz Fux. O encontro foi marcado para tentar evitar a greve que começou hoje (12). O ministro pretende identificar obstáculos no cumprimento do acordo firmado entre o Sepe e os governos estadual e municipal em outubro do ano passado, e que, segundo a categoria, não vem sendo cumprido. As secretarias municipal e estadual de educação do Rio confirmaram a presença dos secretários na reunião.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

De acordo com Suzana Gutierrez, uma das coordenadoras do sindicato, a ida à audiência precisava ser aprovada em uma assembleia, e a próxima reunião dos docentes e funcionários das escolas estaduais e municipais será na quinta-feira (15). "Ir ou não é uma decisão que a categoria deve tomar, e nossa próxima assembleia é só no dia 15. Não tínhamos como marcar uma assembleia extraordinária para decidir isso porque, num momento de greve, só uma assembleia pode marcar outra", justifica Suzana.

Continua depois da publicidade

Leia Também

• Graça: produção da Petrobras deve ter crescido em abril

• Ônibus voltam a circular após protesto na zona sul de SP

• Terminal 3 de Cumbica é aberto com falhas

A coordenadora afirma ainda que o Sepe foi notificado da reunião por meio de telefonema de um assessor do ministro, na noite da última quinta-feira. A convocação da assembleia foi publicada no dia 8 de maio, e, nela, Fux pede que a categoria suspenda a greve, que já tinha sido anunciada para hoje. O pedido também foi rejeitado, e a paralisação teve início nesta segunda-feira, já que, segundo o Sepe, apenas a assembleia poderia voltar atrás da decisão.

A greve dos professores começou hoje no estado e no município do Rio, somando-se às das redes municipais de São Gonçalo e Duque de Caxias. A rede municipal de Nilópolis também iniciou uma paralisação de 48 horas hoje, e a de Niterói marcou uma de 72 horas para amanhã. Segundo a secretaria estadual, apenas 218 professores faltaram ao trabalho no turno da manhã, e nenhuma escola deixou de funcionar. Segundo a secretaria, foram 157 faltosos até o momento.

Continua depois da publicidade

Hoje (12), o sindicato também tinha uma reunião do grupo de trabalho que discute no âmbito estadual o andamento do acordo, mas informou que não vai comparecer por ser contra a presença da União dos Professores Públicos do Estado (Uppes), que não participou da assinatura do acordo e foi convidada para as reuniões do grupo. Por esse mesmo motivo, o Sepe faltou às reuniões de 3 de dezembro e 13 de fevereiro, e se retirou da primeira, em 5 de novembro.

"A Uppes não representa a categoria. Nós temos a carta sindical assinada pelo Ministério do Trabalho, e, também politicamente, somos quem representa a categoria. Se você perguntar a qualquer professor quem é a Uppes, ele não vai saber. Essa é uma manobra do governo e lamentamos a intransigência em não ouvir".

A Secretaria Estadual de Educação, em nota, afirma que a Uppes é um sindicato oficial e que, inclusive, iniciou as atividades antes do Sepe. "No encontro com o STF, a representante do Ministério Público que estava presente sugeriu a ampliação do debate e do grupo de trabalho. Portanto, é o Sepe quem deve decidir se quer participar ou não. Ele está convidado. O secretário e a Seeduc tratam com os dois sindicatos, tanto que recebeu o Sepe no dia 29 de abril e informou aos sindicalistas que haverá reajuste com aumento real este ano".

Continua depois da publicidade

Apesar de não comparecer, o Sepe entregou à secretaria sua proposta de currículo, que amplia o número de tempos diários de cinco para seis, para que as disciplinas de Sociologia e Filosofia também passem a ter dois tempos semanais, e para que o ensino de arte seja incluído em todo o ensino médio. O sindicato pede também reajuste de 20%, redução da carga horária dos funcionários administrativos para 30 horas, eleição para a definição dos diretores de escolas e reserva de um terço da carga horária para planejamento de aula.

A Secretaria Estadual de Educação informou que o reajuste estudado é cerca de 8%, e que a hora-aula é uma das maiores do Brasil e superior a de todos os estados do Sudeste. O órgão diz ainda que é impossível reduzir carga horária sem diminuição do salário, e que já cumpre a reserva de um terço, se forem levados em conta tempos de 50 minutos em cada hora-aula. A secretaria considera um retrocesso a definição de diretores por eleição, por acreditar que, dessa forma, haveria pressão política em algumas regiões e não haveria chance de professores se candidatarem à direção de uma escola em que não lecionam.

Mais lidas

Conteúdos Recomendados

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software